As marcas da passagem de Cristóvão pelo Vasco ainda não foram apagadas. Menos de dois meses depois de terminar sua trajetória de 78 jogos à frente do time, o treinador ainda lembra com carinho dos jogadores, dos momentos - e dificuldades - no clube e da torcida. Mas, embora no discurso ainda existe um “no futebol nada é descartado”, ele é verdadeiro ao considerar como improvável as chances de refazer a dupla com Ricardo Gomes. Segundo ele, até por causa do amigo, grande incentivador da carreira solo.
De Nova York, onde passou parte das férias, Cristóvão acompanhou a queda na tabela e as seis derrotas seguidas que, de alguma maneira, concretizaram o que ele mesmo considerava possível em agosto (“por tudo que aconteceu, o normal era o Vasco brigar no meio da tabela”.) O que o surpreendeu foi a manifestação de Felipe, que dividiu a culpa pela sua saída entre jogadores, diretoria e a torcida.
- Não me surpreendeu o pensamento dele, mas sim a forma como ele o expôs - disse Cristóvão, que não viu como um desafio a atitude do meia no episódio da partida de futevôlei no mesmo dia que o Vasco perdeu para o Bahia e quando o técnico se demitiu.
Se a relação com o camisa 6 fica acima das “divergências naturais”, o de Cristóvão com a torcida é um caso a parte. Até hoje, lembra ele, os vascaínos o pedem para voltar ao time, em nada lembrando o coro de xingamentos e vaias nos estádios.
- Creio que fomos um pouco incompreendidos. Não tinha razão de ser (a excessiva cobrança), tanto é que os jogadores se posicionaram contra isso - lembrou o técnico, que admitiu sondagem informal do diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez, mas apenas isso. Sem convite formal.
O treinador que se emocionou com a mensagem de carinho de Dedé quer pensar com calma no futuro.
- Tenho saudade do trabalho, do grupo maravilhoso que me ensinou bastante - disse, saudoso, Cristóvão.
Fonte: Extra Online