Há menos de um mês como vice de finanças do Vasco, Nelson Almeida tem dois bordões favoritos. Ele diz que não fala nada sem ter certeza (“se eu disser que acho alguma coisa posso estar mentindo”, justifica) e também avisa sempre que questionado sobre problemas de caixa do clube: “Odeio números, meu negócio é Direito”.
Advogado e ex-vice jurídico do clube, Almeida se afastou do Vasco na primeira gestão de Roberto Dinamite para cuidar da saúde. Com a intensa crise política no clube, aceitou o chamado do presidente mesmo numa pasta na qual está pouco habituado.
— A gente ainda não sabe o quanto deve exatamente. Mas temos um grupo fazendo esse levantamento, gente da área financeira. A minha previsão para o clube respirar melhor é daqui a 60 dias.
Neste período, creio que serão equacionadas nossas dívidas com fornecedores, com funcionários e jogadores — afirma Almeida. Nesse período de receitas bloqueadas, o Vasco bate de porta em porta e recebe muitas negativas. O clube já consultou a Ferj, a CBF e até o banco português BIC, a quem recorreu a empréstimo nos primeiros anos de gestão. Até agora, nada feito. Outro banco, o BMG, cobra dívida antiga e também não pode emprestar nada agora. Para piorar, o clube já adiantou cotas de transmissão de TV do Carioca de 2013 e 2014.
— Quem vai emprestar dinheiro para um clube que não consegue pagar a conta de água e tem todas as receitas bloqueadas? — pergunta um dirigente do Vasco.
Fonte: Extra