Gaúcho chegou ao Vasco em 2008, para ser treinador dos juniores do clube. O que ele não sabia era que anos depois sairia das águas calmas das categorias de base para se tornar o "bombeiro do Cruz-Maltino". Gaúcho já assumiu como treinador do Gigante da Colina em três oportunidades, e em nenhuma delas, teve um cenário muito agradável para trabalhar.
Na primeira vez que se viu como técnico interino do Vasco, Gaúcho teve que comandar um time que não estava mal em termos de competição - era o terceiro colocado do Grupo B da Taça Rio de 2010. No entanto, fora do campo, a casa parecia querer começar a desmoronar. Vágner Mancini deixou o clube em meio a um conflito de ideias com o presidente Roberto Dinamite, além de já não estar mais agradando a torcida.
Em Janeiro de 2011, Gaúcho pegou o Cruz-Maltino em uma tempestade. O time fazia o pior começo de Campeonato Carioca da história do clube. O Gigante da Colina havia perdido os três primeiros jogos da competição para: Resende, Nova Iguaçu e Boa Vista. O interino comandou a equipe em um só jogo, em um novo revés, para o Flamengo (por 2 a 1). Em seguida, Ricardo Gomes foi contratado e o Vasco teve dias de paz.
Entretanto, a tranquilidade não reinou para sempre. Ricardo teve um AVC e Cristóvão Borges se tornou técnico. Mesmo mantendo o time entre os quatro primeiros do Campeonato Brasileiro, Cristóvão nunca foi unanimidade na torcida vascaína. Depois de uma sonora goleada por 4 a 0, em casa, para o Bahia, Cristóvão pediu demissão. E Gaúcho, mais uma vez, assumiu a equipe, no meio do fogo cruzado, disposto a fazer com que o momento instável fosse superado.
- A derrota contra o Bahia foi um ponto onde as coisas começaram a desandar. Depois veio a vitória contra o Palmeiras, mas a partir dali, o Vasco não conseguiu mais ir tão bem quanto vinha. Nós vínhamos de um ano bom. Mas aquela derrota desequilibrou um pouco, o Cristóvão saiu, aí as coisas não seguiram bem - contou Gaúcho.
Uma rodada depois, Marcelo Oliveira foi contratado para ser o novo comandante do time de São Januário. Após seis derrotas e a perda da vaga no G4 (posto que o Vasco ostentava desde 2011), Oliveira deixou o Vasco. Como se não bastassem os maus resultados dentro das quatro linhas, o Gigante da Colina vive uma realidade de salários atrasados e um verdadeiro turbilhão de problemas políticos. E é nesse verdadeiro incêndio que Gaúcho trabalhará até o fim da temporada.
A nova estreia, ou missão, de Gaúcho será neste domingo, contra o Atlético-MG, em São Januário.
BATE-BOLA
Você sempre assumiu o Vasco em momentos conturbados. Qual você classifica como pior?
- Qualquer momento ruim no vasco é complicado pela grandeza do time. Qualquer duas derrotas que o Vasco passe, vai ser ruim. Não dá para apontar um ou outro momento. Para o Vasco, perder é sempre negativo.
Estando no mesmo barco que os jogadores, sem salário e tudo mais. O que você pensa em fazer para se motivar e motivar os atletas?
- Procuro motivar incentivando, explicando para eles que teremos que dar o melhor em cada jogo para terminar o ano bem e começar bem o ano que vem.
Ainda acredita na vaga para a Libertadores?
- O meu foco é em cada jogo. Farei de tudo para que o Vasco der o melhor em cada partida. Começando pelo Atlético. Jogo por jogo, um a um. Depois o Coritiba e aí assim vai: um a um. Jogo por jogo.
Nesse momento complicado, é importante o grupo estar unido, como está a sua relação com os jogadores?
- Eu estou no Vasco há muito tempo. Tenho uma história no clube. Vi muitos desses jogadores, como Marlone em Jonh Cley ainda na base. Vi o Rômulo, que já foi embora, subir. Minha relação com o elenco não poderia ser melhor.
O Marcelo tentou times ofensivos e times mais equilibrados. Já conhecendo os jogadores, você tem algo em mente para montar a equipe em campo?
- Eu vou pensar jogo a jogo. Eu conheço as peças que tenho e conheço o próximo adversário. Vou fazer de tudo para neutralizar o que eles têm de melhor e para exaltar o nosso melhor. Tenho treinos durante a semana para ver isso.
Fonte: Lancenet