Não bastassem as seis últimas derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro, o constante atraso no pagamento de salários a jogadores também serve como munição para os que criticam a administração de Roberto Dinamite no Vasco. O dirigente, porém, se defende das críticas como pode e apontando para o futuro. Em entrevista ao “SporTV News”, ele pediu tempo e afirmou que o clube luta para dar tranquilidade aos funcionários.
- Hoje não dá para ter certeza (do pagamento) porque nós estamos com a Receita Federal bloqueando 100% do que temos direito, de patrocínio, de onde for, de onde possa vir dinheiro. Aí falar que o Vasco não quer pagar? Eu falo que quero pagar, agora deixa eu respirar. Deixa eu cumprir com pessoas que estão dentro do meu clube - disse o presidente.
Em sétimo lugar na tabela, com 50 pontos, o time da Colina amarga a pior sequência no Brasileirão desde 2008, quando acabou rebaixado à Série B. Sem contar com o técnico Marcelo Oliveira, que se demitiu na última segunda-feira, Dinamite considera que os atrasos ganham proporção maior em momentos de má fase nos gramados.
- No momento eu tenho que conviver com isso. Se resultado dentro do campo acontece, você tem condição de respirar um pouco mais e buscar coisas de interesse do clube - disse.
Dinamite reclamou, contudo, da falta de apoio aos jogadores e ao clube por parte dos torcedores. Um grupo o acusou de ter sido conivente com a expulsão e até agressão de quem protestava nas sociais de São Januário, domingo, durante a derrota para o Sport.
- Você dá abertura, você tem que dar limite. As pessoas têm esse direito? Pode ir lá, xingar, torcer, apoiar. Em um momento como esse não é apoiar presidente, mas apoiar a instituição. Nesse sentido, acho que às vezes chateia e gera intranquilidade aos jogadores.
Com mandato até 2014, o presidente cruz-maltino ainda comentou o interesse de redigir contratos que permitam maior poder de negociação sobre os atletas do clube. Desde a chegada do diretor Rodrigo Caetano, isso mudou aos poucos, mas ainda está longe do ideal. Nos casos de Fagner e Diego Soouza, por exemplo, o Vasco tinha minoridade dos direitos.
- O que nós queremos e vamos estar trabalhando é para buscar esse equilíbrio, não só no time principal, mas nas categorias de base, para que Vasco detenha no minimo 60% dos direitos de qualquer jogador, para que a decisão possa ser tomada pela diretoria – declarou.