A crise que assola o Vasco em decorrência dos problemas políticos e financeiros deve determinar um final de ano curioso e delicado em torno da estrutura do departamento de futebol profissional. Após a saída do técnico Marcelo Oliveira, o clube negocia com Ricardo Gomes para o cargo. As partes costuram o acordo, mas ainda não existe a garantia de acerto até dezembro. Com chances remotas de classificação para a Copa Libertadores de 2013, o Gigante da Colina pode terminar o ano oficialmente sem treinador. Além disso, os cargos de diretor executivo e vice de futebol produzem impasses diários e dificultam a ocupação antes do início da próxima temporada.
Nos bastidores e no discurso, o presidente Roberto Dinamite espera contar com o funcionamento total da nova estrutura no início de janeiro, quando ocorre a reapresentação do elenco. No entanto, no momento pelo qual o Gigante da Colina passa torna-se inviável dar certeza sobre quaisquer das situações. Sabedor dos obstáculos, o mandatário tenta agilizar ao máximo as negociações com o apoio dos seus pares.
Em tese, a questão envolvendo Ricardo Gomes é a mais “simples”. Sem contrato e praticamente recuperado de um AVC sofrido em agosto do ano passado, o treinador deseja voltar ao Vasco e conta com o apoio da família para isso. Entretanto, a contratação de um auxiliar de renome e condições de trabalho compatíveis com as que encontrou em 2011 são fundamentais.
A proposta oficial do clube ainda será feita, quando também terá de ser discutido o valor salarial. Caso o técnico não aceite dirigir o Cruzmaltino, Roberto Dinamite correrá atrás de um plano B, que nem sequer é ventilado em São Januário. Enquanto isso, o interino Gaúcho comanda o time nas últimas quatro rodadas do Campeonato Brasileiro e tenta manter viva a diminuta possibilidade de classificação para a Copa Libertadores de 2013.
A busca pelo novo treinador é apenas uma das mais variadas atribuições do presidente. Encontrar um diretor executivo de futebol era a prioridade pouco antes de Marcelo Oliveira entregar o cargo. Daniel Freitas, efetivado no começo de 2012, deve ser realocado em uma espécie de gerência de futebol. Caso queira permanecer no clube, ele fará a transição junto ao novo profissional. Como o mercado não dispõe de muitos nomes e a administração não planeja elevar tanto a folha salarial, a missão não é simples.
O mandatário reajustou os vencimentos de Daniel Freitas assim que o mesmo foi efetivado e não pode modificar o valor independente do cargo. Consequentemente, o salário do novo diretor executivo será maior do que a diretoria imaginava. Anderson Barros, atualmente no Botafogo, já conversou com Dinamite e pode chegar a um acordo. Newton Drummond e Paulo Pelaipe também são vistos com bons olhos nos bastidores. A ideia inicial era a de terminar o Brasileirão com a etapa cumprida. Mas com a mudança de panorama e os problemas diários, o mandatário já admite empurrar a decisão para o fim do ano.
O vice de futebol já está escolhido. Ercolino Jorge de Lucca é o nome preferido do presidente Roberto Dinamite, que acumula a pasta até dezembro. Ercolino teve recentes problemas de saúde e passará por exames no mês que vem. Se for liberado pelos médicos, assume no início da próxima temporada. Caso contrário, o dirigente terá de correr atrás de outro nome para fazer a ponte entre o carro-chefe do Vasco e o seu gabinete. São muitas as incógnitas e Dinamite busca as resoluções. Tudo para evitar que o Gigante da Colina caia novamente nos erros admitidos pela própria administração antes mesmo do início de 2013.
Fonte: UOL