Três gols, uma assistência e aplausos da torcida adversária. A atuação exuberante de Neymar na goleada por 4 a 0 do Santos sobre o Cruzeiro, fora de casa, não rendeu apenas elogios e mais três pontos na tabela para o clube paulista. O desempenho foi considerado tão perfeito que o atacante foi agraciado com uma rara nota 10 concedido pelo júri da revista Placar. A avaliação, inclusive, deixa o atacante na liderança isolada tanto da Bola da Ouro como da Bola de Prata, prêmios concedidos em conjunto pela publicação e pelos canais ESPN.
Com média de 7,04, Neymar sustenta a ponta com a mais alta média desde 1995 no prêmio, quando os critérios para as notas ficaram mais rigorosos. Antes, a média mais alta registrada, coincidentemente, também foi de um santista: o meia Giovanni, que terminou o Brasileiro de 17 anos atrás com 6,96.
Giovanni também foi o primeiro atleta na nova fase do Prêmio Bola de Prata a receber uma nota 10. Ele conseguiu o feito depois de marcar três vezes na goleada por 5 a 2 sobre o Fluminense, na semifinal do torneio nacional.
Depois dele, mais três atletas, além de Neymar, conseguiram o mesmo: o atacante Edmundo, em 97 (quando fez três gols na vitória do Vasco por 4 a 1 sobre o Flamengo, na semifinal do campeonato); o goleiro Dida, em 99 (depois de defender dois pênaltis de Raí no jogo entre Corinthians e São Paulo, também pela semifinal da competição); e Rogério Ceni, em 2006 (após marcar duas vezes e defender um pênalti em empate por 2 a 2 contra o Cruzeiro; ele se tornou o maior goleiro-artilheiro após aquela partida).
O jogo perfeito contra os mineiros também determinou a primeira aparição de Neymar na Bola de Prata. Convocado constantemente pela seleção brasileira, o camisa 11 participou somente de 14 das 34 rodadas até aqui – ou 41% da competição, apenas um pouco acima do piso mínimo de 40% para concorrer ao prêmio. Assim, atacante precisa ainda disputar pelo menos duas das próximas quatro partidas do Santos no torneio para permanecer na luta pela Bola de Prata e pela Bola de Ouro.
Além de Neymar, a outra grande mudança nesta semana foi a volta de Marcos Rocha, do Atlético-MG, à liderança na lateral-direita da seleção ideal da Bola de Prata. Ele desbancou o ponte-pretano Cicinho por ter disputado uma partida a mais no torneio.
Veja as parciais do Prêmio Bola de Prata até aqui:
Bola de Ouro
1º Neymar - Santos - 7,04 - 14 jogos
2º Ronaldinho Gaúcho - Atlético-MG - 6,48 - 31
3º Juninho Pernambucano - Vasco - 6,43 - 28
4º Paulinho - Corinthians - 6,40 - 20
5º Fred - Fluminense - 6,36 - 25
Neymar, enfim, chegou ao número mínimo de jogos e à liderança da Bola de Ouro. E com uma média recorde: desde que PLACAR passou a adotar critérios mais rígidos para as notas, em 1995, ninguém pontuou como o santista. O melhor até agora foi Giovanni, naquele mesmo ano, com 6,96.
Goleiro
1º Diego Cavalieri - Fluminense - 6,33 - 32 jogos
2º Jefferson - Botafogo - 6,26 - 27
3º Felipe - Flamengo - 6,18 - 20
4º Fernando Prass - Vasco - 6,09 - 34
5º Victor - Atlético-MG - 6,08 - 31
Diego Cavalieri cada vez tem menos concorrência na posição. Sólido e regular, mantém boa distância para o segundo colocado, o botafoguense Jefferson. Felipe, do Fla, que não jogou no sábado, é o terceiro colocado. Fernando Prass fecha a quadra dos times cariocas.
Lateral-direito
1º Marcos Rocha - Atlético-MG - 5,95 - 29 jogos
2º Cicinho - Ponte Preta - 5,95 - 28
3º Bruno - Fluminense - 5,81 - 24
4º Luís Ricardo - Portuguesa - 5,76 - 29
5º Ayrton - Coritiba - 5,71 - 19
Mudança na posição. Sai Cicinho, que, suspenso, não jogou contra o Grêmio, e entra o atleticano Marcos Rocha. Os dois têm a mesma média, mas o lateral do Galo vence por ter mais partidas – 29 contra 28. Bruno, do Flu, vem em terceiro.
Zagueiros
1º Leonardo Silva - Atlético-MG - 6,13 - 27 jogos
2º Réver - Atlético-MG - 6,13 - 24
3º Gum - Fluminense - 6,08 - 32
4º Digão - Fluminense - 6,04 - 14
5º Gilberto Silva - Grêmio - 5,96 - 26
Gum deu aquela pisada na bola no gol de Luís Fabiano, no jogo do Flu contra o São Paulo, e parou a perseguição à dupla atleticana Leonardo Silva e Réver, os dois líderes da posição. Digão, também do Flu, vem em quarto.
Lateral-esquerdo
1º Anderson Pico - Grêmio - 5,85 - 17 jogos
2º Carlinhos - Fluminense - 5,83 - 30
3º Júnior César - Atlético-MG - 5,80 - 28
4º Márcio Azevedo - Botafogo - 5,68 - 30
5º Fábio Santos - Corinthians - 5,68 - 25
Anderson Pico perdeu a grande vantagem que tinha para os concorrentes. Carlinhos, do Flu, é quem mais o ameaça, apenas dois centésimos atrás do gremista. Júnior César, do Galo, têm chances.
Volantes
1º Paulinho - Corinthians - 6,40 - 20 jogos
2º Ralf - Corinthians - 6,17 - 26
3º Jean - Fluminense - 6,16 - 32
4º Denílson - São Paulo - 6,03 - 29
5º Pierre - Atlético-MG - 5,96 - 28
Paulinho segue na liderança isolada, assistindo à briga pela segunda vaga. Ralf, do Corinthians, tem na sua cola Jean, do Fluminense, em ascensão. Destaque para Denílson, do São Paulo, que se encaixou no esquema de Ney Franco e subiu bem na posição.
Meias
1º Ronaldinho Gaúcho - Atlético-MG - 6,48 - 31 jogos
2º Juninho Pernambucano - Vasco - 6,43 - 28
3º Seedorf - Botafogo - 6,35 - 20
4º Bernard - Atlético-MG - 6,34 - 32
5º Andrezinho - Botafogo - 6,22 - 29
Ronaldinho Gaúcho continua na liderança da posição. Mas Juninho Pernambucano, que acompanha a fase nada inspirada do Vasco. é ameaçado por Seedorf e Bernard.
Atacantes
1º Neymar - Santos - 7,04 - 14 jogos
2º Fred - Fluminense - 6,36 - 25
3º Lucas - São Paulo - 6,29 - 19
4º Barcos - Palmeiras - 6,29 - 26
5º Wellington Nem - Fluminense - 6,27 - 26
Dupla de seleção, Neymar e Fred, com reserva de seleção, Lucas, e atacante da seleção argentina na cola, Barcos. Neymar, contra o Cruzeiro, tirou a primeira nota dez de PLACAR em seis anos – a última havia sido de Rogério Ceni, em 2006, quando defendeu um pênalti e marcou dois gols contra o Cruzeiro.
Fonte: ESPN.com.br