Confira mais informações sobre ata de reunião de 2010 sobre rúgbi olímpico

Sábado, 03/11/2012 - 15:22

Os desdobramentos do descarte de São Januário para ser sede do rúgbi nos próximos Jogos Olímpicos, definido pelo Comitê Rio 2016 na última quinta-feira, ainda devem criar dor de cabeça para a diretoria por um bom tempo. As explicações oficiais para a entrega de um projeto superficial, diferentemente do que estava sendo desenhado até a metade deste ano, dão conta de que os valores para a adequação ao esporte, fora a reforma prevista, passariam a ficar a cargo do clube e poderiam chegar a até R$ 40 milhões. Isso, porém, não estava na ata de uma das reuniões a respeito da empreitada, com a data de 20 de novembro de 2010.

No documento que os conselheiros tiveram acesso, o presidente Roberto Dinamite enaltecia os benefícios que a possibilidade oferecia e tentava convencer correligionários e oposicionistas através de tópicos como a notoriedade do nome do Vasco em âmbito internacional e a reurbanização do entorno do estádio - uma necessidade que vem sendo discutida há décadas. Mas o principal deles era que o poder público arcaria com os gastos referentes à competição.

O fato tem intrigado até pessoas influentes ao longo das negociações que não foram avisadas da mudança de planos e discurso e começam a cobrar, já que intercederam a favor da diretoria. O Vasco esperou a negativa para manifestar publicamente suas dúvidas quanto ao que a cessão da Colina lhe ajudaria. O vice de marketing Eduardo Machado chegou a comparar este projeto olímpico ao de 2000, que rendeu altas dívidas trabalhistas, e disse que as limitações quanto a patrocinadores, pelas exigências do COI, somariam pouco aos cofres.

Segundo uma pessoa ligada à organização do evento, que, em virtude do feriado prolongado, não se manifestou desde então, os valores para a adaptação ao rúgbi estariam longe dos divulgados pelo clube carioca. E que já se sabia a necessidade de investir antes mesmo de finalizar o estudo de viabilidade, que, por sua vez, não contava com garantias financeiras nem provas de que a infraestrutura externa seria modificada - este um compromisso posterior do prefeito Eduardo Paes, vascaíno e um dos fortes alicerces para manter a realização dos jogos.

A Cruzada Vascaína, grupo político que ficou em segundo lugar na última eleição, chegou a protocolar uma carta na secretaria de São Januário sugerindo que fosse pedido o adiamento do prazo ao Comitê Rio 2016 até o fim deste ano, para que o trabalho iniciado pelo ex-vice de finanças, Nelson Rocha, estivesse de fato completo. Ela foi ignorada, assim como o envio de um projeto de urbanização do entorno feito por uma empresa do ramo, para que o Vasco tivesse um plano B guardado na gaveta. Hoje, à exceção das conversas com a construtora OAS, favorita à licitação, o início da transformação do estádio em uma arena parece ter menos perspectivas do que antes. Apenas a promessa de Dinamite de que sairá do papel em breve.

Ata da reunião de 2010 que indica, no tópico sublinhado, o custeio do rúgbi pelo governo


Dinamite e Peralta (vice geral) assinam texto que indica benefícios de receber Olimpíadas


Fonte: GloboEsporte.com