Jogadores desgastados pelos intermináveis problemas do Vasco, além da má fase instalada em campo no Brasileirão, evitaram que a chacoalhada pretendida com a mudança de comando desse resultado para a reta final. Marcelo Oliveira chegou no dia 12 de setembro, no lugar do demissionário Cristóvão Borges, e acumula cinco derrotas em nove partidas, todas em sequência, batendo aproveitamento de 29,6%, digno dos clubes que estão na zona de rebaixamento. Dia após dia, reuniões são feitas para encontrar soluções, sem sucesso.
Além de ter assumido na semana de uma goleada por 4 a 0 sofrida para o Bahia, em São Januário, e de ter visto a diretoria se desmantelar em menos de um mês, Oliveira ainda sequer recebeu salário do clube, perdeu jogadores importantes por lesão - inclusive os dois atacantes titulares - e sofreu para dar padrão que desejou ao time, que baixou a cabeça com o mau momento. O zagueiro Renato Silva é um dos que faz questão de eximir o chefe de culpa, justamente por ter encarado uma série de dificuldades.
- Ele já chegou tendo que administrar muitos problemas, pegou a equipe cabisbaixa, veio com vontade de trabalhar, mas não deu certo. Estão batendo na tecla da motivação e do esforço todos os dias. No final, a equipe toda está mal. Eles (comissão técnica) estão tentando fazer um trabalho bom, não vieram à toa e espero que possamos nos ajudar até o fim e no ano que vem. É difícil para o treinador fazer o time andar tendo de contornar problemas do clube - confessou.
Marcelo Oliveira assinou contrato até o fim de 2013 e, se tudo correr dentro do esperado, terá a chance de orientar o grupo no início da temporada, que desta vez não deve ter a Libertadores como grande objetivo, algo que o treinador almejava para fazer sua estreia, já que bateu na trave duas vezes pelo Coritiba. Se não vencer os jogos restantes e ainda depender de uma combinação, o Vasco dará um passo atrás e se reestruturará por baixo para voltar a ser protagonista.
O próximo compromisso é contra o Sport, domingo, em São Januário, talvez a última cartada para que o sonho de alcançar o G-4 novamente se mantenha vivo. Nas última vezes em que atuou para sua torcida, o time cruz-maltino foi superado por São Paulo e Inter, fazendo o índice em casa se tornar o pior na competição nacional desde 2008, ano da queda para Série B: são quatro derrotas na Colina, sete no Rio, ao todo, com os clássicos no Engenhão.
- A torcida tem tentado corresponder, nós nos motivamos mais, o espírito é bom no início das partidas. Mas tomamos viradas em casa por vacilos nossos e, quando saírmos atrás, não conseguimos recuperar. São coisas que dificilmente acontecem aqui - analisou Renato Silva.
Fonte: GloboEsporte.com