O banco BMG patrocina seis dos 20 times da série A do Campeonato Brasileiro: Santos, Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG, Cruzeiro e Coritiba. Somados, os valores chegam a cerca de R$ 65 milhões. Mas não precisa ter as três letras na camisa para receber dinheiro do banco: mesmo os clubes que não são patrocinados pelo BMG terminaram o ano passado com dívidas milionárias em empréstimos.
Nos balanços patrimoniais relativos a 2011, seis clubes divulgaram empréstimos junto ao banco: São Paulo (R$ 65,5 milhões), Palmeiras (R$ 45,5 milhões), Flamengo (R$ 40,7 milhões), Vasco (R$ 38,9 milhões), Corinthians (R$ 24,8 milhões), Fluminense (R$ 22 milhões) e Santos (15,3 milhões), totalizando R$ 253 milhões. Mas isso não quer dizer que foram só eles, já que outros clubes foram bem menos transparentes em seus balanços - Atlético-MG, Cruzeiro, Botafogo, Coritiba, Bahia, Atlético-GO e Náutico -, divulgando apenas que fizeram empréstimos junto a "instituições financeiras", sem detalhar quais eram. O Sport nem sequer coloca à disposição o balanço de 2011 em seu site.
Segundo o diretor geral do Soccer BR1, Hissa Elias Moysés, o BMG não pode receber direitos de jogadores como pagamento pelos empréstimos: "A legislação bancária brasileira não permite. Jogador de futebol é uma garantia abstrata. O cara quebra a perna, morre, para de jogar, e aí?", argumentou.
Além de Oscar, também já tiveram direitos vinculados ao fundo os volantes Henrique (Santos) e Ralf (Corinthians), e Obina (Palmeiras). Já outros nomes importantes continuam no portfólio, como Réver (Atlético-MG), Danilo (Porto) e William (Corinthians). E muitos outros - cerca de 60 atletas -, mas o grupo não revela, alegando "regra de sigilo com os investidores", afirmou o diretor. "Sou o cara que compra e vende direitos econômicos ou federativos", descreveu-se Moysés, que foi assessor de três ex-presidentes do Atlético-MG: Ricardo Guimarães, Nélio Brant e Ziza Valadares.
Como a lei impede que pessoas físicas ou jurídicas sejam donas dos direitos de jogadores, o Soccer BR1 comprou, em 2009, o Coimbra Esporte Clube, de Nova Lima (MG), hoje na 3.ª Divisão do Campeonato Mineiro.
Fonte: Estadão