O desabafo de Juninho após a derrota para o Corinthians está longe de ser um fato isolado. Jogo após jogo, derrota após derrota, o meia tem aumentado o tom da decepção com o fim de temporada vascaíno. A dois meses do término do contrato com o clube, o jogador entra em período de decisão do futuro decepcionado com o presente.
A prioridade da diretoria para o ano que vem é a renovação do contrato do Reizinho. A mesma diretoria que tem sido alvo de vários recados do jogador após a recente sucessão de resultados negativos.
– Atravessamos mais um período difícil, mas mesmo em períodos difíceis, há lições a serem tiradas. Espero que os responsáveis pelo clube estejam analisando toda essa situação para que o ano seguinte seja bem melhor – afirmou Pernambucano, após a derrota para o Internacional.
No momento, o caminho do ídolo em 2013 se apresenta indefinido. Ele deve seguir no futebol por pelo menos mais seis meses, mas ainda não definiu se isso acontecerá com a camisa da cruz de malta.
Nada muito diferente do que aconteceu nas últimas duas renovações de Juninho com o Vasco, no fim de 2011 e em meados deste ano. O meia fez mistério nas duas ocasiões, mas o fim foi feliz para a torcida cruz-maltina em ambos os casos. A grande questão é que as circunstâncias dos últimos dois acertos não se repetem agora.
Em dezembro do ano passado, o meia conversou com a diretoria vascaína com a certeza de que disputaria a Copa Libertadores no ano seguinte. Além disso, teve a chance de fazer um novo contrato, agora por produtividade.
Já este ano, a perspectiva de disputar o título brasileiro, algo que era palpável com o elenco do Vasco na época, manteve Juninho motivado a ganhar um novo título nacional na sua segunda passagem pelo clube.
Sem prêmios e salários
Antes mesmo de renovar com Juninho, a diretoria do Vasco terá de se preocupar em acertar a dívida que tem com o jogador. O pior: o passivo não é dos menores.
O camisa 8 até hoje não recebeu a premiação referente ao vice-campeonato brasileiro do ano passado. Explica-se: no primeiro contrato com o clube nesta segunda passagem por São Januário, o meia assinou para receber o salário mínimo, mais premiação por título ou boa campanha no Brasileiro.
Além do valor da premiação, não divulgado por ambas as partes, o clube da Colina está com os salários de agosto e setembro atrasados. Como ficou estabelecido no contrato atual que o meia ganhará R$ 50 mil por jogo disputado e mais R$ 10 mil por gol marcado, Juninho ainda tem a receber R$ 310 mil e R$ 320 mil, referentes a agosto e setem-bro, respectivamente.
A diretoria tem afirmado que não há previsão para o pagamento da dívida com o elenco. O presidente Roberto Dinamite convocou entrevista coletiva para amanhã para falar desse e outros problemas que o Vasco tem passado.
Fonte: Lancenet