Carioca, pagodeira, determinada e sonhadora. É dessa forma que podemos resumir a entrevistada da semana do Blog do Futebol Feminino. Destaque da equipe sub-17, a zagueira Isabela Freire começou sua trajetória no Fluminense, mas foi no Vasco que encontrou a felicidade e o apoio necessário para realizar o sonho de se tornar jogadora de futebol.
Campeã do Mundo com sua categoria no mês de junho, a jovem tem 16 anos, mora na Barra da Tijuca e pensa em cursar Educação Física na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a UERJ. Além disso, Isabela sonha em disputar uma Copa do Mundo com a camisa da Seleção Brasileira e fazer parte do elenco brasileiro que disputará as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016.
Para alcançar esses objetivos, a defensora conta com o apoio dos familiares, dos amigos e das companheiras de Vasco, que carinhosamente a chamam de 'Americana'. O apelido surgiu assim que a garota chegou ao Gigante da Colina e foi dado por Beatriz Garrido, destaque da equipe sub-15.
No bate-papo, que pode ser conferido abaixo, Isabela revela detalhes de sua trajetória no futebol, fala sobre a emoção de conquistar um título Mundial com a camisa do Vasco e conta como se tornou zagueira.
Confira uma entrevista exclusiva com a zagueira da equipe sub-17do Vascão:
Fale como começou sua trajetória no futebol. Quando surgiu seu interesse, com quantos você começou a jogar, quem sempre te apoiou e por quais clubes você passou?
"Surgiu quando uma amiga me convidou para conhecer uma escolinha de futebol, na época eu tinha sete anos. Minha mãe e meu pai foram os que mais me apoiaram. Aos 9 anos passei para o Núcleo Oficial do Fluminense, mas foi jogando pelo Colégio que fui convidada para jogar futsal na Seleção Carioca. Depois fui jogar na equipe de futsal do Vasco/Abanerj . Mais ou menos um ano depois, comecei a jogar campo no Vasco".
De onde surgiu essa sua paixão pelo futebol? Por qual motivo você optou por esse esporte e não por outro?
"Já pratiquei vários esportes, mas é jogando futebol que me sinto melhor. O incentivo de quem me via jogar e o exemplo da Marta foram fundamentais para que eu escolhesse seguir carreira no futebol".
Você sempre foi zagueira? Conta um pouco sobre o motivo que te levou a atuar nessa posição.
"No futsal atuava como ala direita e quando passei para o campo comecei de atacante. Virei zagueira primeiro pela necessidade do grupo e depois pelo resultado. Na época estavam precisando de zagueira. Fui testada na posição, fui bem e por isso permaneci".
Como tem sido sua trajetoria no Vasco até agora?
"Uma trajetória dificil, pois o vasco possui excelentes jogadoras na minha posição. Fui vice da Copa Almirante 2011, vice na Taça Cidade de Nova Iguaçu, Campeã Mundial nesse ano e cheguei a disputar o Carioca pela equipe sub-20. Meu melhor jogo foi na semifinal do Mundial contra o FH da Finlândia, mas o mais especial foi a final contra o Atlético de Madrid. Era dificil acreditar que éramos campeãs do mundo".
Você falou sobre a concorrência no setor. Como você tem feito para se manter motivada mesmo sabendo que o Vasco tem em sua posição várias jogadoras de qualidade?
"Tenho trabalhado sério e com dedicação. So assim conseguirei conquistar cada vez mais o meu espaço na equipe".
Você falou acima que demorou para acreditar que tinha sido campeã do mundo. Conta um pouco sobre essa conquista.
"Considero a maior experiência vivida por mim até hoje. Isso porque viajei com o grupo para outro país, conheci pessoas diferentes e vivi a emoção de uma conquista tão importante para o clube. Além disso, um dia antes da estréia o técnico Glaucio tinha dúvidas em quem escalar no time titular. Ganhei a vaga de titular no último treinamento e permaneci por todo campeonato".
E como é sua relação com as outras atletas do elenco? Com quais atletas você mantém uma relação maior de amizade?
"Sou muito bem aceita no grupo e tenho um bom relacionamento com todas. Tenho afinidade com muitas e até por isso prefiro não citar nenhum nome para não ser injusta com as outras".
Todos no Vasco te chamam de 'Americana'. Procurei saber com algumas companheiras suas e elas me disseram que esse apelido surgiu por conta de sua beleza. É verdade? Conta um pouco para o nosso leitor sobre a história desse apelido.
"Não sei ao certo, mas gosto do apelido. Quando cheguei a Beatriz Garrido começou a me chamar por esse apelido. Ela dizia que eu parecia americana. O apelido pegou e todo mundo começou a me chamar de americana".
Quais são seu objetivos daqui para frente? Sonha em chegar a uma Seleção?
"Me firmar na posição como titular e conquistar outros títulos internacionais. Claro que tenho vontade de vestir a camisa da Seleção. Acho que pertencer a Seleção é um dos maiores sonhos de qualquer jogadora. Também tenho como objetivos disputar uma Copa do Mundo pela Seleção e as Olimpíadas de 2016 no Rio".
Sua mãe sempre te acompanha nos treinamentos e sempre tá ao teu lado te dando apoio. Podemos dizer que ela é sua maior incentivadora?
"Sim. Além de me acompanhar e dar muitas dicas, ela cuida da minha alimentação e de tudo que eu preciso".
Deixe uma mensagem para a torcida do Vasco
"Peço que incentive cada vez mais o futebol feminino, pois ainda temos muitas alegrias para dar. Peço ainda que acreditem no trabalho que vem sendo feito, pois o Vasco ainda revelará grandes talentos para o futebol feminino".