Jogadores deixaram o campo ouvindo gritos de 'time sem vergonha' e 'queremos jogador'

O caldeirão ferveu. Se durante a partida, a maior parte dos 10.744 presentes (8.156 pagantes) apoiou a equipe do Vasco, a derrota por 2 a 1 de virada, para o Inter, fez o caldo entornar na noite desta quarta-feira, em São Januário. Os cruz-maltinos deixaram o gramado sob os gritos de "time sem vergonha" e "queremos jogador. O quarto revés consecutivo impediu o time de se aproximar do São Paulo, quarto colocado na tabela, com 55 pontos - cinco a mais do que os cariocas.

Os protestos começaram antes mesmo de a bola rolar. Porém, eram direcionados ao presidente Roberto Dinamite. Primeiro, um pequeno grupo, pertencente a uma torcida organizada, deixou sua tradicional posição atrás do gol para assistir à partida ao lado da tribuna de honra, na qual Dinamite costuma ficar. Desta vez, ciente da pressão que sofreria, o dirigente optou por ver o confronto da sua sala, isolada do contato geral.

Com faixas e gritos, o grupo protestou contra a administração atual durante os 90 minutos. A Polícia Militar chegou a impedir que dois torcedores usassem uma camisa com os dizeres "Balanço reprovado, Vasco roubado", mas cartazes com "Fora Dinamite" e "Cadê o dinheiro" davam o tom da manifestação.

Na arquibancada, duas grandes faixas, que já haviam surgido contra o Palmeiras, também apareceram, com mais cobranças contra o dirigente: "Dinamite Sorriso, chega de prejuízo" e "Vendeu o time inteiro, perdeu o Brasileiro, cadê o dinheiro?"

Com a virada colorada ainda na primeira etapa, a reclamação se intensificou. A etapa final teve momentos de aplausos apenas quando Juninho pegava na bola - acertando ou não a jogada. Os garotos Marlone e Maicon Assis também foram poupados das vaias, que não tiveram um alvo direto.

Conforme o fim do jogo se aproximava, gritos pedindo o dinheiro do ingresso de volta começaram a ser ouvidos. Mas a paciência da torcida se esgotou, definitivamente, com o apito final, com o coro de "time sem vergonha". Enquanto isso, um grupo tentou se aproximar da sala de onde Roberto Dinamite assistiu ao jogo para protestar diretamente contra o presidente cruz-maltino.

Na saída de campo, Eder Luis criticou os torcedores e disse que "está muito difícil jogar em São Januário. O Vasco tem mais seis jogos pela frente para tentar ficar no G-4 e garantir uma vaga na Taça Libertadores de 2013.

Para Juninho, o momento é difícil, mas a equipe tem condições de se recuperar:

- Isso não é nada de outro mundo, não é uma situação desesperadora. Pelo grupo que tem, o Vasco tem condição de conseguir coisas melhores.