A queda de rendimento do Vasco, que o levou da briga pela liderança à quinta posição do Campeonato Brasileiro em dois meses, poderia representar não só o adeus a segunda Libertadores consecutiva, mas também um passo atrás no planejamento iniciado pelo departamento de futebol, em 2009. Com a conquista da Série B, o clube se reergueu e apostou em uma nova era. Na escala de evolução, no entanto, esta temporada não tem sido positiva no âmbito extracampo, com crise financeira e política cada vez mais evidente, e também na bola.
Para evitar que o Cruz-maltino saia de mãos abanando de um atribulado ano, resta a esperança de se recuperar nestas sete rodadas derradeiras e deixar o São Paulo para trás na luta pelo G-4. A recomeçar pelo Inter, nesta quarta-feira, às 20h30m (de Brasília), em São Januário. Um dos representantes desta era, Nilton vê o objetivo como um presente tanto para o elenco quando para a torcida, que, insatisfeita, espera por ao menos um alento.
- Por eu ter chegado em 2009 e, de lá para cá, ter tentado reerguer o Vasco, vai ser gratificante se formos a outra Libertadores. Espero poder presentear os próprios e a torcida com isso. No fundo, os torcedores sabem que não é fácil, sofremos pressão, mas tem as coisas do clube também... Esse ano, foi a primeira Libertadores que disputei, senti o gostinho e minha intenção, claro, é estar sempre lá em cima - comentou o volante, titular nas campanhas desde o acesso, à exceção do primeiro semestre de 2011, quando se machucou.
Em 2010, na transição para a elite, o clube fez final de turno no estadual, mas naufragou no Brasileirão, sentindo o peso do retorno. Ainda assim, fortaleceu o time e prometeu dias melhores no futuro. Na temporada passada, mesmo com a mudança de rumo em fevereiro, veio a conquista da Copa do Brasil e o vice-campeonato brasileiro, em meio a outro tipo de obstáculo: um AVC sofrido por Ricardo Gomes, que deixou o trabalho nas mãos de seu auxiliar, Cristóvão Borges, que, por sua vez, saiu do anonimato para se torna protagonista.
Agora, com troca de técnico, derrotas para lá de amargas, inconstância de atuações e certos retrocessos longe das quatro linhas, a superação é tratada como um título precioso.
- Terminar em quarto é o nosso grande objetivo, com certeza seria como um título, sim. Por toda a turbulência, saída de jogadores, lesões, eu diria que o Vasco estar nessa disputa é um grande presente, deve-se valorizar. E está próximo de concretizarmos, pois se equipes com 42 pontos ainda sonham, não vejo motivo para não acreditarmos - ponderou Wendel.
Para Nilton, a reta final é outra competição, que o Vasco precisa aprender a disputar.
- Faltam sete rodadas, agora é tiro curto. Todos sentem o cansaço e é preciso muita superação, força de vontade e inteligência. Se quiser entrar na Libertadores, tem de tirar de onde não tem mais. Mais concentração em onde queremos chegar. Acho que é até uma obrigação voltar ao G-4, por tudo o que fizemos em campo. Posso dizer que se terminarmos fora dessa disputa, vou ficar muito chateado - desabafou.
Além do camisa 19, Fernando Prass, Dedé e Carlos Alberto estiveram no elenco do calvário cruz-maltino. Douglas, Fellipe Bastos, Felipe e Eder Luis chegaram em 2010 à Colina.