A fracassada gestão Roberto Dinamite em seu segundo mandato devolveu o Vasco às trevas. O trabalho de reconstrução iniciado em janeiro de 2009 e que teve como ápice a conquista da Copa do Brasil de 2011 se perdeu com o fim da gestão profissional de alto nível implantada pelo vice geral Hamilton Mandarino, motivo maior da ruptura do grupo político que levou ao poder o maior ídolo da história do clube. Acuado, com dificuldades para remontar sua diretoria, Roberto tenta refazer o modelo de administração. Algo mais parecido com o que já foi um dia. Na próxima semana, tentará acertar o retorno do CEO Cristiano Koeller, profissional que perdeu para o Grêmio em 2010. Conheço as ideias de gaúcho, que defende a profissionalização integral, com a criação de sete diretorias: geral, futebol (profissional e base), jurídico, financeiro, administração, marketing e patrimônio — todos submetidos às respectivas vice-presidências. É mais ou menos a cópia do modelo empregado por Grêmio e São Paulo. Os chamados “cartolas” não se envolvem com a gestão do negócio principal, e deliberam nas questões relacionadas com as escolinhas, relações externas, esportes amadores e projetos específicos. O presidente é “blindado” pelo diretor geral e tem papel institucional para relações com mercado, sócios e torcedores. Projeta-se dois anos para o primeiro salto, mas faz-se o acompanhamento dos resultados no mês a mês, com olho no aumento das receitas, captação de dinheiro novo, redução do passivo e do déficit de caixa. A formação de um time competitivo e o investimento na base viria aos poucos, assim como o aperfeiçoamento do patrimônio — leia-se CTs e um novo estádio. O Vasco tinha este plano de voo traçado e caminhava para ter o melhor modelo de gestão. Pena que ao levantar seu primeiro troféu como presidente, Roberto o tenha abandonado, protagonizando uma autêntica canelada administrativa...
Fonte: Coluna Futebol Coisa & Tal / Gilmar Ferreira - Extra