Presidente do Conselho Deliberativo do Vasco encerrou reunião antes do fim da votação

Quarta-feira, 24/10/2012 - 00:46

Em reunião na sede náutica da Lagoa, o Conselho Deliberativo do Vasco aprovou o balanço de 2011, que havia recebido uma recomendação contrária do Conselho Fiscal em setembro. Ficou definido, no entanto, um acordo - que já fora previamente costurado - para que em até 60 dias sejam apresentadas correções aos pontos levantados no documento, como o contrato com a Penalty e o plano de sócios "O Vasco é Meu", gerido pela empresa Torcedor Afinidade, tidos como lesivos financeiramente ao clube. O resultado é uma vitória da gestão de Roberto Dinamite, que, diante dos interesses, se juntou até a Eurico Miranda para adiar a solução do problema.

Porém, a votação não chegou nem a terminar. O presidente do Conselho Deliberativo, Abílio Borges, encerrou o encontro após ter ouvido uma denúncia contra seu nome por parte do grupo de oposição Cruzada Vascaína, capitaneada por Leonardo Gonçalves, causando uma confusão e deixando até alguns conselheiros da situação sem entender o que aconteceu.

- Não aceitei o acordo que foi proposto, mas sabia que, com a aliança que foi formada, por sermos minoria (30 membros no corpo de conselheiros contra 150 da gestão atual), iríamos perder. Só que a reunião passou a ficar mais quente, com discussão entre Nelson Rocha e Eurico e depois com o que levantamos sobre o Abílio. De repente, ele cortou a palavra, começou a recolher os papéis e foi embora, definindo sem votação. Uma vergonha - relatou Leonardo Gonçalves, que ainda não sabe que medidas tomar para levar o caso adiante.

Inicialmente, a diretoria vascaína solicitara 120 dias para refazer o balanço. Para evitar que a discussão se estendesse mais, em atraso sem precedentes, chegou-se ao consenso de um prazo menor, que, por sua vez, vai se aproximar das datas festivas, como Natal e Réveillon.

- Reduzimos o prazo para 60 dias e teremos um contador trabalhando diretamente com o pessoal do Conselho Fiscal nesses ajustes. Não tinha cabimento reprovar um balanço por uma divergência de métodos entre o Nelson Rocha (ex-vice de finanças) e os responsáveis pela análise no Fiscal - afirmou o atual vice-presidente de finanças, Nelson Almeida.

Em ambas as críticas, resumidamente, o Fiscal diz que a diretoria não vem controlando os recursos que teriam de entrar nos cofres, em especial no caso da fornecedora de material, que é questionada nos corredores e começa a abrir espaço para a sondagem da Nike. Os valores recebidos estão abaixo do que se arrecadaria com royalties de venda de produtos, acordados em 2009, que poderia chegar, somado ao pagamento fixo, a quase R$ 13 milhões anuais, completando R$ 64 milhões em cinco temporadas. Houve mês em que nada relativo a percentagem de comercialização teria sido repassado, de acordo com o parecer oficial.

A reprovação das contas (terceira vez na administração) causou atrito entre Dinamite e Nelson Rocha, que, também por outras razões, se desligou do setor de finanças, das funções de 2º vice geral e coordenador do projeto de reforma de São Januário para ter o rúgbi nas Olimpíadas de 2016. Rocha, no entanto, esteve presente ao encontro para defender seu trabalho como dirigente da área e diverge dos valores que foram apontados como incorretos.

Fonte: GloboEsporte.com