Abílio encerra reunião do CD antes do esperado e conselheiros podem ir à Justiça

Terça-feira, 23/10/2012 - 23:35

Em rápida reunião na noite desta terça-feira, o Conselho Deliberativo do Vasco estabeleceu o prazo de 60 dias para correções no balanço e contas de 2011. Anteriormente, o pedido da administração era de 120 dias. No entanto, o presidente Roberto Dinamite reduziu a solicitação e contou com o apoio do desafeto Eurico Miranda no processo.

Presidente do Conselho dos Beneméritos, o ex-mandatário considerou pertinente o prazo solicitado para os devidos ajustes. No entanto, a decisão foi tomada sem a votação completa dos conselheiros presentes. Abílio Borges, presidente do Conselho Deliberativo, encerrou o encontro antes do esperado e causou muita reclamação das correntes de oposição.

A questão pode ser levada à Justiça pelos conselheiros que se sentiram lesados e o episódio aparenta ser apenas mais um capítulo da briga política que o Cruzmaltino atravessa. O prazo acordado se encerra antes do Natal e uma nova reunião será marcada para aprovação ou não das contas de 2011.

O Conselho Fiscal se baseou em irregularidades encontradas nos contratos que envolvem o programa de sócios “O Vasco é meu” e com a Penalty, fornecedora de material esportivo, para fechar o parecer e reprovar o balanço do ano passado por unanimidade antes de passar pelo plenário do Conselho Deliberativo.

Entenda a polêmica em torno das contas do Vasco:

No mês de abril, o UOL Esporte publicou as investigações do Conselho Fiscal que deram origem ao processo de reprovação das contas do ano passado. Os conselheiros detectaram falhas no programa de sócios “O Vasco é meu” e evidências de prejuízos financeiros. As principais queixas estavam ligadas ao fato de o clube não ter acesso à conta corrente do programa e extratos mensais. Além disso, a empresa responsável pelo funcionamento retém porcentagem excedente pela prestação do serviço.

Embora os valores sejam mantidos em sigilo, a reportagem apurou na época que o Vasco repassava algo em torno de 23% do captado mensalmente, mais do que os 15% acordados em contrato. A diretoria se defendeu e alegou que a arrecadação mensal com o programa de sócios era de R$ 330 mil. No entanto, as contas apontaram que o montante não superava R$ 220 mil. O prejuízo passa de R$ 1,3 milhão por ano. Além disso, a Penalty, fornecedora de material esportivo, repassa apenas R$ 75 mil por mês em royalties de acordo com o último levantamento realizado pelo Conselho Fiscal.

Fonte: UOL