Para um clube em constante crise financeira, a vaga na Libertadores tem um valor absoluto. Longe de ser suficiente para sanar todas as dívidas, mas importante num contexto de quem atrasa os salários frequentemente. Por isso, a luta do Vasco, que está a cinco pontos do G-4, dentro de campo se refletirá fora dele em 2013.
Se garantir presença na competição continental, o clube receberá premiação das três partidas em casa da primeira fase, cota da propaganda estática e renda dos jogos como mandantes. Este ano, o Vasco arrecadou com a competição quase R$ 4,5 milhões. Caso só consiga um lugar na Copa Sul- Americana de 2013, se tiver desempenho semelhante ao deste ano e com público e renda parecidos, receberá metade deste valor.
Em 2012, a Conmebol pagou R$ 212 mil na fase de grupos da Libertadores, R$ 318 mil nas oitavas de final e R$ 407 mil nas quartas (por jogo em casa). Além disso, o clube recebeu R$ 100 mil de propaganda nos estádios e quase R$ 3 milhões de renda das cinco partidas como mandante — os clubes ficam com 90% da renda. Só de premiação, o campeão Corinthians recebeu R$ 5,9 milhões e ganhará mais R$ 8,8 milhões pela participação no Mundial de Clubes da Fifa.
A vaga na Libertadores deste ano, no entanto, rendeu menos do que o clube esperava. No fim de 2011, o Vasco acreditava que a marca fosse valorizada cerca de 40%. A ideia era renovar os contratos de patrocínio em cima deste percentual. Porém, o clube perdeu dois patrocinadores, que não aceitaram o reajuste ou mudaram a estratégia de marketing. Por quase seis meses, o Vasco ficou sem os R$ 8 milhões previstos no orçamento deste ano, quando a expectativa era aumentá- lo para R$ 11 milhões.
Apenas em junho, a diretoria conseguiu duas marcas para estampar na camisa num valor de R$ 6,5 milhões anuais no total, abaixo do que recebeu ano passado. O patrocínio master e a fornecedora de material esportivo permaneceram com praticamente os mesmos valores do ano passado, com apenas reajustes de contrato.
Mesmo as vendas de jogadores importantes. como Diego Souza, Fágner, Allan e Rômulo, não foram suficientes para amenizar as dívidas. Em todas as negociações, o Vasco só recebeu parte do valor por causa da divisão dos direitos econômicos dos atletas. No caso de Diego Souza, o clube ainda espera o dinheiro do Al-Ithiad, da Arábia Saudita.
Fonte: O Globo