O torcedor do Vasco que queria ver Dedé novamente em campo após duas rodadas de ausência não se animou muito com a volta do Mito diante do Botafogo, na quinta-feira, no Engenhão. Antes de ter a derrota por 3 a 2 ser decretada, o zagueiro exibiu dificuldades para conter o ataque rival, perdendo na corrida algumas vezes e contabilizando sete erros de passe. A explicação pode estar na falta de ritmo, já que, desta vez, ele passou dez dias com a Seleção sem entrar em campo. A comissão técnica, porém, não perde o sono e entende que a irregularidade é inerente a maioria dos jogadores no país.
- Tem os dois lados da situação: ou ele vem desgastado por ter jogado e já chega direto para a concentração ou sem ritmo por ter passado um tempo só treinando. Temos que nos adaptar a isso, e o Dedé mesmo conhece o corpo e sabe o que fazer para evitar problemas. Não preocupa, é mais uma decadência natural do fim de ano de todos os jogadores. No Brasileirão, já estão quase todos assim. A não ser pelos times que mudaram muito e trouxeram reforços que não jogaram a temporada toda - avaliou o fisiologista Daniel Gonçalves.
A preparação física tem um trabalho pronto de recuperação para Dedé de modo que esse desgaste em virtude das constantes viagens com a equipe de Mano Menezes seja minimizado. Mas desde que um edema ósseo no tornozelo o tirou de ação por mais de dois meses, ainda no primeiro semestre, o alto nível alcançado em 2011 raramente se repetiu.
- Para um jogador que depende da confiança na antecipação, da agilidade, é mais complicado. Isso também contribuiu muito para esse cenário - ressaltou Daniel Gonçalves.
Em relação ao rendimento do grupo, o fator emocional precisa ser considerado, indica o profissional. Diferentemente da temporada passada, quando o Vasco veio embalado pela conquista da Copa do Brasil e sem pressão na reta final, agora o momento é de cobrança e naturalmente influencia no fôlego e na disposição. Por isso, a mudança constante de jogadores ao longo da competição não é tratada como vilã na hora de comparar as campanhas recentes.
- Não há mais tempo para reforçar as valências físicas que poderiam fazer diferença até dezembro. Agora é manutenção, descanso. É simples notar que psicologicamente existe uma interferência. A motivação muda, a pressão e o estresse fazem com que até as lesões possam surgir com mais frequência. Por tudo o que aconteceu em 2011, com o título da Copa do Brasil, o problema (AVC) do Ricardo Gomes, a situação era bem diferente. O time está preparado, em boas condições, mas sofre com ações diversas que fogem do controle do treino - finalizou.
Em quinto lugar com 50 pontos, o Cruz-maltino encara o Inter, nesta quarta-feira, em São Januário, em jogo adiado da 32ª rodada, que acontece nesta fim de semana. O adversário está logo atrás, com 46, e também persegue o São Paulo, que entrou no G-4, com 55.
Números de Dedé contra o Bota:
Passes errados: 7
Roubadas de bola: 2
Finalizações: 0
Faltas cometidas: 1
Faltas sofridas: 1
Fonte: GloboEsporte.com