Advogada do Vasco fala sobre julgamento de Juninho no STJD

Sábado, 20/10/2012 - 10:31

Julgados nesta última sexta-feira, dia 19 de outubro, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o meia Juninho Pernambucano, do Vasco, e o goleiro Ricardo Berna, do Fluminense, foram advertidos por terem passado no vestiário antes de irem à sala de coleta de exame antidoping, em jogos distintos. Os advogados dos jogadores saíram satisfeitos com o resultado, mas não deixaram de expor suas indignações com a exposição dos casos.

“Aliviada eu estou, conformada não. Esperava uma absolvição e foi o que eu falei na minha defesa o tempo inteiro, o meu emocional foi muito abalado e o que mais me motivou a fazer essa defesa foi o caráter desse jogador. A gente não estava julgando um jogador qualquer. A forma como ele foi tratado pela imprensa, baseada no que foi denunciado pela Procuradoria, foi o que mais me afetou. Acho que ele merecia uma absolvição, mas a advertência também não tem nenhum problema. Realmente eles infringiram uma norma, mas, em nenhum momento, essa norma resultaria em um positivo de doping”, declarou ao Justicadesportiva.com.br a advogada Luciana Lopes, do Vasco, que defendeu Juninho Pernambucano.

Em defesa ao goleiro Berna, Mário Bittencourt também se mostrou inconformado com a proporção com que o caso ganhou “Aliviado sim, acho que eles mereciam a ‘palavra’ absolvição. Acho que a advertência neste casto tem o mesmo efeito, porque eles poderão jogar e atuar, já que não foram punidos nem com jogo e nem com dias de suspensão. Estou satisfeito com o resultado, mas chateado com a exposição que o Berna teve. Muito chateado. É um profissional do mais alto nível e gabarito, sério e correto. Foi uma chateação para a vida pessoal dele ter que estar aqui hoje”, avaliou o advogado.

Os dois defensores acreditam que os casos servirão de exemplo e que agora, com a nova gestão da Comissão de Dopagem da CBF cobrando o cumprimento da regra, os jogadores passarão a ir direto para a sala do controle de dopagem após serem sorteados para o exame.

“Eu acho que o costume anterior vai dar lugar a essa nova implementação. Infelizmente pegaram um trio, para começar essa norma, de boa índole e bom caráter, onde as repercussões foram enormes. Mas acredito que, daqui para a frente, isso vai fluir mais fácil”, disse a advogada Luciana Lopes, lembrando do lateral Juan, do Santos, que foi julgado pelo mesmo motivo e foi absolvido pela Quinta Comissão Disciplinar na última quinta-feira.

“Os jogadores sempre cumpriram o que estava combinado. O que é combinado não sai caro. Sempre cumpriram o que os inspetores sempre aceitaram, que é levar o atleta ao vestiário para pegar os pertences dele. Mas acho que agora irão seguir. E sabe o que vai acontecer agora? O roupeiro é quem vai buscar a bolsa”, disse o advogado do Fluminense.

Fonte: Site Justiça Desportiva