A chuvosa noite desta quinta-feira, no Engenhão, parecia que seria de Carlos Alberto, mas acabou sendo de Bruno Mendes. O meia do Vasco, improvisado no ataque desencantou, fez seus dois primeiros gols na Série A do Campeonato Brasileiro desde 2008, mas não foi suficiente para o time cruz-maltino sair com a vitória. O jovem atacante contratado recentemente do Guarani brilhou intensamente, e depois de dar o passe para o gol de Elkeson, fez dois no segundo tempo, um aos 47 minutos, e decretou a emocionante vitória do Botafogo, por 3 a 2.
O resultado fez o Alvinegro, que não vencia há sete jogos, manter suas chances de classificação para a Taça Libertadores: é agora o sétimo colocado, com 44 pontos, a 11 do São Paulo, que venceu o Atlético-GO e é o quarto. A derrota afastou o Vasco, que está em quinto com 50, do Tricolor paulista.
Os dois times só voltam a jogar na próxima quarta-feira, fechando a 32ª rodada, que começa neste sábado. O Cruz-Maltino recebe o Inter, às 20h30m (de Brasília), em São Januário, e o Bota vai a Florianópolis para enfrentar o Figueirense, às 22h, no Orlando Scarpelli.
O JOGO
Em tese o time que tinha mais a ganhar (ou perder) no clássico era o Vasco, que luta para voltar ao G-4, de onde saiu após 54 rodadas seguidas após a derrota de 2 a 0 para o Santos no domingo passado. E foi mesmo o time cruz-maltino que primeiro deu emoção ao jogo, aos oito minutos: após uma sucessão de passes e lançamentos errados de ambos os lados, Nilton deu de bandeja para Carlos Alberto, que livre na área diante de Jefferson demorou a concluir, tentou encobrir o goleiro e jogou por cima do travessão.
O Botafogo, quase sem aspirações na competição e sem riscos de rebaixamento, não tinha velocidade e errava muito nas saídas de bola e no meio-campo. Mesmo com um companheiro no ataque - Bruno Mendes - Elkeson não acertava uma jogada sequer. Mesmo sem ser brilhante, a equipe de São Januário se apresentava melhor e chegou com justiça ao gol, aos 24. E que gol! Eder Luis levou pela direita e cruzou na pequena área para Carlos Alberto tocar de letra e fazer o seu primeiro gol na Série A do Brasileiro desde 2008, quando jogava pelo Botafogo.
No entanto, não deu para os vascaínos comemorarem muito. Cinco minutos depois, a dupla alvinegra que não funcionava até então se entendeu e empatou a partida. Bruno Mendes recebeu na direita, penetrou na área e cruzou rasteiro, Juninho tentou cortar de carrinho, mas acabou deixando a bola para Elkeson, quase em cima da linha, só empurrar a bola para a rede. O Vasco não desanimou e, aos 31, Jonas cruzou da direita para Carlos Alberto cabecear bem, tentando deslocar Jefferson, que fez bela defesa.
A partida ficou aberta e, logo após Elkeson cabecear uma bola que tocou na trave depois de Fernando Prass tocar nela, novamente Carlos Alberto teve uma chance, mas chutou nas mãos de Jefferson. O lance se originou de um erro de passe de Gabriel na saída de bola do Botafogo. Logo depois, Dória cometeu duas bobagens e o time crzu-maltino marcou o segundo. Primeiro o zagueiro tentou dar um chutão, mas a bola ganhou mais altura que distãncia e ficou com o adversário, na sequência a bola foi lançada com certa força para Felipe no lado esquerdo, mas Dória entrou de pé mole, o veterano vascaíno ganhou a dividida e deixou Carlos Alberto à vontade para marcar.
Em desvantagem no marcador, o Botafogo voltou para a etapa final com mais disposição ofensiva. No outro lado, como disse Juninho quando saía do vestiário, a ordem do técnico Marcelo Oliveira era ter cautela para não vacilar, porque nos dois últimos jogos a equipe havia levado gols no início do segundo tempo (nas derrotas de 2 a 0 para São Paulo e Santos). Nos contra-golpes o Cruz-Maltino era mais perigoso que o adversário, que só criava chances em chutes de fora da área.
Aos 17, Marcelo Oliveira perdeu Felipe e pôs Thiago Feltri, devolvendo Wendel à sua posição original: a cabeça de área. No outro lado, Oswaldo de Oliveira perdeu a paciência com os seguidos equívocos de seu time e fez duas substituições: Lodeiro no lugar de Fellype Gabriel e Marcelo Mattos no de Renato. Pouco antes das alterações, aos 23, por muito pouco o Vasco, que já havia desperdiçado ótimos contra-ataques, não marcou o terceiro: Juninho lançou Eder Luis, que entrou em velocidade pelo meio da área, mas acompanhado por Dória, adiantou um pouco a bola e não teve espaço para vencer Jefferson e sair para a comemoração.
O castigo pelas chances desperdiçadas veio pouco tempo depois, aos 30. Gabriel recebeu livre na direita e cruzou para Bruno Mendes desviar no primeiro pau, entre Prass e a sua trave esquerda: 2 a 2. O Botafogo melhorou após o gol e quase virou após falha de Dedé dentro da área, que Bruno Mendes se aproveitou e chutou forte, cruzado, mas Prass fez grande defesa. O fim do jogo mostrou dois times tensos atrás do único resultado que interessava: a vitória. E no lá e cá, melhor para Alvinegro: aos 47, Bruno Mendes, o melhor em campo, deu um balaço de fora da área e acertou o canto esquerdo de Prass para fazer o gol da vitória e sair de campo como o mais novo herói do Bota.
GALERIA
VÍDEO
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 3 X 2 VASCO
Local: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Data-Hora: 18/10/2012 - 21h (de Brasília)
Árbitro: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Auxiliares: Rodrigo Pereira Joia (Fifa - RJ) e Wagner de Almeida Santos (RJ)
Renda e público: R$ 105.050,00/ 5.015 pagantes
Cartões amarelos: Márcio Azevedo, Seedorf e Elkeson (BOT); Wendel (VAS)
Gols: Carlos Alberto 24'/1ºT(0-1), Elkeson 29'/1ºT (1-1), Carlos Alberto 37'/1ºT (1-2), Bruno Mendes 29'/2ºT (2-2), Bruno Mendes 48'/2ºT (3-2)
BOTAFOGO: Jefferson; Jadson, Antônio Carlos, Dória e Márcio Azevedo; Gabriel, Renato (Marcelo Mattos 25'/2ºT), Fellype Gabriel (Lodeiro 25'/2ºT), Elkeson (Rafael Marques 40'/2ºT) e Seedorf; Bruno Mendes.
Técnico: Oswaldo de Oliveira.
VASCO: Fernando Prass; Jonas (Jhon Cley 37'/2ºT), Dedé, Douglas e Wendel; Nilton, Fellipe Bastos (Eduardo Costa 28'/2ºT), Felipe (Thiago Feltri 18'/2ºT) e Juninho; Eder Luis e Carlos Alberto.
Técnico: Marcelo Oliveira.
TROFÉU NETVASCO 2012
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
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1º | Carlos Alberto | 7.2104 | 15º | 5.8676 |
2º | Juninho | 6.4380 | 1º | 7.5447 |
3º | Felipe | 6.1254 | 7º | 6.4850 |
4º | Nilton | 4.9928 | 13º | 5.9380 |
5º | Eder Luis | 4.8473 | 18º | 5.4304 |
6º | Fernando Prass | 4.6801 | 5º | 6.6784 |
7º | Fellipe Bastos | 4.2435 | 20º | 5.2281 |
8º | Wendel | 4.2219 | 10º | 6.0822 |
9º | Douglas | 3.9236 | 9º | 6.1342 |
10º | Dedé | 3.8112 | 2º | 7.4028 |
11º | Jhon Cley | 3.0504 | * | 4.5641 |
12º | Eduardo Costa | 2.3213 | 23º | 4.9848 |
13º | Thiago Feltri | 2.0562 | 14º | 5.8885 |
14º | Jonas | 1.7723 | 24º | 3.6767 |