O departamento jurídico do Vasco está confiante para o julgamento do meia Juninho na próxima sexta-feira no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O capitão foi acusado pela infração de dois artigos do Código Mundial de Dopagem no jogo contra a Ponte Preta, dia 23 de setembro, em Campinas, e pode ser suspenso do futebol por dois anos. Aníbal Rouxinol, vice jurídico cruzmaltino, abriu uma brecha na estratégia de silêncio da diretoria para desabafar sobre o caso e defender o seu mais ilustre cliente.
“O departamento jurídico está tranquilo, pois o passado do atleta é fantástico. É uma vida de nível. Nada pode manchar a carreira do Juninho. Será um julgamento normal e estamos absolutamente confiantes. Ele não cometeu desvio de conduta, muito menos crime. O jogo terminou empatado [0 a 0] e o atleta estava chateado com a arbitragem, desabafou, tudo isso influi no calor do jogo”, afirmou ao UOL Esporte.
Na partida em questão, Juninho foi sorteado para fazer o antidoping e informado de que deveria se dirigir direto à sala de coleta, fato que não ocorreu. De acordo com a Coordenação Local de Controle de Dopagem, o atleta foi para o vestiário primeiro. Com isso, será julgado nos seguintes artigos do Código Mundial de Dopagem: 2.3 (recusar-se ou não apresentar uma justificativa válida a submeter-se a coleta de amostra após notificado de acordo com as regras antidoping) e 2.5 (adulteração ou tentativa de alteração de qualquer componente de controle). O camisa 8 também responderá ao artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva por “assumir qualquer conduta contrária à ética desportiva”, que prevê suspensão de até seis partidas.
Apesar do comportamento profissional sempre destacado durante a carreira, o passado de Juninho não deve ser levado em consideração pelo tribunal. Nesta quinta-feira, Flávio Zveiter, presidente do STJD, disse ao Jornal Extra que a boa conduta não será interpretada como um atenuante. A declaração irritou Aníbal Rouxinol.
“Ele é um rapaz novo e está começando agora no futebol. Só quem está iniciando pode falar algo desse tipo contra um atleta de caráter inquestionável como o Juninho. Ele não conhece o jogador. Mas eu vi a chegada do Juninho ao Rio de Janeiro e a forma como construiu a carreira. É inquestionável, um exemplo para todos que estão começando no esporte. Isso sim é que deveria ser observado”, encerrou.
Juninho será defendido no STJD pela advogada Luciana Lopes, filha de Rubens Lopes, presidente da FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro). O Pernambucano irá ao julgamento ao lado das testemunhas que o Gigante da Colina pretende colocar “em campo” para ajudar no processo de absolvição. Nesta quinta-feira, o ídolo da torcida entra em campo, às 21h, no Engenhão, para defender o Vasco no clássico contra o Botafogo. A partida é válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Fonte: UOL