Exceto por Juninho, que melhora seu desempenho a cada dia, o Vasco exibe número piores no segundo turno em todos os setores e até nas comparações individuais. Uma das marcas negativas que mais chamam a atenção é a do ataque. Além de não fazer gol há duas rodadas, no clássico contra o Botafogo, nesta quinta, no Engenhão, o time terá a dupla improvisada com Eder Luis e Carlos Alberto, que somados só têm um gol no Brasileirão, linha de frente menos efetiva entre todos os rivais. Mas, mesmo tomando como base a presença de Alecsandro, o Cruz-Maltino ocupa a lanterna geral no quesito.
Em péssima fase, o camisa 9, desfalque por lesão pela primeira vez na competição, balançou as redes em nove oportunidades - apenas uma nos últimos 18 jogos. Desde o São Paulo, cuja dupla Luis Fabiano/Osvaldo marcou 22 gols, até Palmeiras e Bahia, que só têm 11 anotados de suas principais peças ofensivas, todos com ataques juntos em campo por pelo menos 15 partidas superam o Vasco, que tem 10 gols em 19 vezes lado a lado.
O técnico Marcelo Oliveira, porém, frisou que sua equipe voltou a finalizar com mais frequência, ainda que erre muito a pontaria, e aposta que o trabalho ainda fará a diferença.
- Contra o São Paulo, não fizemos gol mais por mérito do Rogério Ceni, e isso nos conforta. Contra o Santos, tivemos doze finalizações e o adversário teve sete. Além disso, tivemos mais posse de bola e erramos muito na parte técnica. Mas trabalhamos muito durante a semana e corrigimos as falhas - avisou o comandante.
Com a nova dupla, formada às pressas pela falta também de Tenorio, que marcou quatro vezes em 11 aparições (melhor média do clube), Oliveira espera ter mobilidade para confundir os botafoguenses, que, curiosamente, também não contam com um centroavante fixo - Elkeson se tornou a referência com a saída de Loco Abreu e Herrera.
- Alecsandro é um jogador mais estático e, neste jogo, Carlos Alberto e Eder Luis vão flutuar mais. Vai ser um time com mais mobilidade e que vai abrir espaços para chegar ao ataque.
Os outros atacantes do elenco são William Barbio e Pipico, que gozam de pouca confiança da comissão técnica, além do jovem Romário, que está machucado. Por isso até Guilherme Morano, que marcou dois gols pelo time de juniores na terça-feira contra a Ponte Preta, pela Copa do Brasil sub-20, foi integrado para treinar com os profissionais neste período de dificuldade. Para se ter uma ideia da seca, o meia-atacante Carlos Alberto não faz gol na Série A desde 2008, quando defendia justamente o Botafogo.
Neste segundo turno, o Vasco tem o segundo pior ataque, com 11 gols marcados em 11 jogos, ao lado do Palmeiras, que completou 12 partidas na noite passada. Só o Flamengo, com oito gols em 12, fica atrás. Juninho e Tenorio foram responsáveis por seis destes gols.
Para retomar o lugar no G-4, que hoje é do São Paulo, é preciso colocar o pé na forma com urgência. Com 50 pontos, o Gigante da Colina tem dois a menos que o Tricolor.
Confira a lista das duplas de ataque da competição*:
São Paulo: 22 gols - Luis Fabiano e Osvaldo
Figueirense: 21 gols - Aloísio e Caio
Náutico: 19 gols - Kieza e Araújo
Fluminense: 19 gols - Fred e Wellington Nem
Portuguesa: 18 gols - Bruno Mineiro e Ananias
Cruzeiro: 16 gols - Wellington Paulista e Borges
Santos: 15 gols - Neymar e André
Grêmio: 14 gols - Marcelo Moreno e Kleber
Inter: 13 gols - Dagoberto e Leandro Damião
Galo: 13 gols - Danilinho e Jô
Bahia: 11 gols - Souza e Gabriel
Palmeiras: 11 gols - Barcos e Luan
Vasco: 10 gols - Eder Luis e Alecsandro
* Atlético-GO, Corinthians, Coritiba, Flamengo, Ponte e Sport não tiveram duplas de ataque regulares que chegassem a 15 jogos juntas. Já o Botafogo atua com apenas um atacante.
Fonte: GloboEsporte.com