A questão é quase filosófica nas resenhas de Botafogo e Vasco. Renato e Seedorf podem atuar juntos? E Juninho e Felipe? Nesta quinta-feira, às 21h, no Engenhão, os técnicos Oswaldo de Oliveira e Marcelo Oliveira apelaram para os medalhões, donos de currículos invejáveis, na disputa de um clássico entre duas equipes que estão sob muita pressão no Campeonato Brasileiro.
Nada mais natural do que, na hora do aperto, os treinadores apostarem em quem tem mais bagagem. Seedorf e Renato são as grandes referências no elenco alvinegro. Porém, pagam pelo fato de serem considerados lentos demais para atuarem juntos. O time supostamente perde pegada com os dois em campo. O mesmo é dito na Colina em relação a Juninho e Felipe.
Porém, para esta quinta, a possível lentidão dos meias de Botafogo e Vasco não foi suficiente para barrá-los. Vale mais a experiência e o currículo quando o jogo coloca em xeque o futuro das equipes no ano. O Alvinegro precisa vencer o concorrente direto para seguir com o sonho de uma vaga na Libertadores, algo que não obtém desde 1996. Já o Cruz-Maltino, que vem de duas derrotas seguidas, tenta provar que a saída do G4 foi um caso isolado.
Oswaldo de Oliveira conhece bem um dos adversários de logo mais. O treinador sabe que a força do camisa 8 vascaíno vai além do currículo recheado de conquistas:
– Pelas estatísticas, parece que o Juninho está na frente na disputa pela Bola de Prata. É claro que ele é um jogador que desequilibra. Sou fã do Juninho e sempre procuramos ter atenção especial com ele.
Já Marcelo Oliveira, que disputa seu primeiro clássico à frente do Vasco, é só elogios. E é para a equipe do Botafogo inteira:
– É um time bem comandado, com jogadores técnicos e velozes. Eles têm padrão de jogo. Precisamos ter atenção com os laterais, que apoiam bastante e com qualidade. Será um jogo difícil.
DUPLAS POUCO USADAS COMO TITULAR
Não é comum ver as duas duplas começando os jogos de seus times como titular, principalmente a do Vasco, formada por Felipe e Juninho. Das 59 partidas do Cruz-Maltino na temporada, apenas em 12 o treinador optou por utilizá-los desde no início, sendo que nove delas aconteceram já no Brasileiro.
Após a chegada de Marcelo Oliveira no cargo de treinador do Gigante da Colina, há pouco mais de um mês, Felipe e Juninho foram testados juntos. Porém, o Maestro foi escalado como o meio-campista mais ofensivo, pediu para ser recuado e acabou sacado do time titular. Agora, Juninho fará uma função mais próxima do ataque, enquanto Felipe jogará um pouco mais atrás do Reizinho.
No lado do Glorioso, desde a chegada de Seedorf, o Botafogo já entrou em campo 22 vezes (duas pela Sul-Americana e 20 pelo Brasileiro), e em dez teve Renato ao lado do craque holandês como titulares. Sem emplacar, Oswaldo acenou que não gostaria de utilizar a dupla, alegando que o time ficaria mais lento. A preocupação era tanta que o comandante alvinegro adiou o retorno de Renato ao time por três jogos, mesmo com o camisa 8 recuperado de uma lesão no músculo adutor na coxa esquerda.
DUELO DAS DUPLAS JÁ OCORREU
Esta será a primeira vez que Botafogo e Vasco se enfrentarão desde o início com as duas duplas de medalhões em campo. Promessa de qualidade desde o começo do clássico no Engenhão.
Na partida do primeiro turno (vitória de 1 a 0 do Vasco), o confronto aconteceu por apenas cinco minutos. O Botafogo começou a partida com Renato e Seedorf, enquanto Cristovão Borges, então técnico vascaíno, escalou apenas Juninho de saída. Aos 25 minutos, Felipe entrou em campo, mas logo em seguida o técnico Oswaldo de Oliveira sacou Renato da partida.
O volante teve atuação apagada naquela noite. Logo no começo, teve ótima oportunidade para marcar, mas chutou para fora. O destaque foi Juninho que, sentado, deu o passe para o gol de Alecsandro, já no fim do jogo.
Fonte: Lancenet