Em operação silenciosa, que já dura meses entre reuniões e idas e vindas de Brasília, o Vasco costura acordo com a Receita e com o INSS para receber cerca de R$ 8 milhões bloqueados pelo governo federal. No período, o Vasco deixou de receber verbas de patrocinadores, como da Penalty e da Brazil Foodservice Group (BFG), e até de direitos de transmissão. Enquanto tenta resolver os problemas na área tributária e fiscal - somente à Receita, a estimativa é de R$ 20 milhões de dívidas - , o clube já lança mão de velha prática de São Januário: a arrecação entre os chamados vascaínos ilustres.
Nesta terça-feira, após convocação extraordinária, um grupo de dentro e de fora da diretoria se reúne para discutir soluções para a crise financeira do Vasco. O clube deve dois meses de salários ao elenco e um mês aos funcionários. Segundo o novo vice-presidente de finanças, Nelson Almeida, o encontro serve também para analisar o tamanho dos problemas de falta de recursos em São Januário.
- Vamos atrás de um levantamento da real situação do clube. As coisas precisam ser mais profissionais, mais técnicas dentro do Vasco. Alguns vascaínos renomados da área financeira já estão realizando esse estudo e os ‘arquitetos financeiros’ vão encontrar a engenharia fincanceira para ver como soluciona isso - disse Almeida, que tem a expectativa de pagamento dos atrasados ainda esta semana.
Em 2010, o clube criou uma espécie de fundo para receber empréstimos. A iniciativa partiu de Nelson Rocha, ex-vice-presidente de finanças. Almeida não confirma que os novos recursos emergencias passem por um novo modelo desta prática, que na verdade consistia em contrato de mútuo, com cotas de R$ 300 mil e que teve participação de vices-presidentes, inclusive. Após a venda de Rômulo para o Spartak Moscou, porém, todos mutuários receberam o reembolso numa distribuição total de R$ 5 milhões. O desafio agora é realizar nova arrecadação com valores tão altos. Somente a folha salarial, com os direitos de imagens dos atletas, passa de R$ 3 milhões.
- Vamos ter a primeira reunião. Na segunda, espero que mais vascaínos se juntem a nós, que esse grupo aumente. Uma solução dessas não sai da noite pro dia. Na hora que está tudo bem é fácil aparecer. Agora é um momento delicado e o importante é que queiram ajudar - lembrou Almeida, de certa forma alfinetando os demissionários Nelson Rocha, José Hamílton Mandarino e Frederico Lopes, ex-vices-presidentes do Vasco.
Fonte: Extra online