Tricolor, Bola Sete, filho do Pai Santana, fala com carinho do Vasco e de São Januário

Segunda-feira, 15/10/2012 - 09:16

Com o Maracanã fechado, a torcida do Fluminense ficou sem casa. O Time de Guerreiros tem se revezado entre o Engenhão e o Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, para mandar suas partidas, e vem recebendo públicos muito abaixo do esperado para quem lidera o Campeonato Brasileiro com sobras. Hoje, contra a Ponte Preta, às 18h30m, o palco será outro: São Januário. E muitos torcedores torcem o nariz só de pensar em ir ao estádio do rival Vasco. É bom que eles prestem atenção no que diz Roberto Santana, o popular Bola Sete, de 46 anos, um tricolor criado na sede cruzmaltina.

Bola Sete é filho de Pai Santana, folclórico massagista que trabalhou décadas no Vasco e faleceu em 2011. Só que ele passou pelo Flu antes de ir para São Januário e, sem querer, influenciou o filho que ainda escolhia o time de coração.

— O meu pai era vascaíno, mas sempre deu liberdade pra eu escolher meu time. Eu já assisti a muitos jogos nessas cadeiras e, quando era moleque, corria pelos túneis que ficam embaixo das arquibancadas. É melhor ver jogo aqui do que no Engenhão. Aquela arquibancada superior é horrível! Fica longe do campo e eu fico tonto só de subir aquela rampa toda. Sem contar que o estádio é "frio", não tem aquela química com o torcedor — declarou Roberto, enquanto caminhava pelas sociais de São Januário.

Alguém ousa contestar as palavras de quem trabalha torcendo? Depois de ganhar o apelido do personagem que fez na novela "Mico preto", no início dos anos 90, Bola Sete comandou a torcida brasileira na conquista do tetra, em 1994, e desde então vem animando arquibancadas de showbol, vôlei de praia, futebol de areia e vários outros esportes. Por isso, tricolor, anote as dicas para empurrar o Fluminense hoje à noite.

— Tem que fazer barulho. Muita gente diz que não, mas isso incomoda o adversário. O negócio é ficar ali onde era o alambrado (que virou uma proteção de vidro) e ficar gritando. Pena que atrás dos bancos de reservas não tem arquibancada para encher o saco do técnico (risos).

Água na macumba do pai pelo título

Roberto Santana não faz questão nenhuma de esconder que, apesar de tricolor, tem um carinho especial pelo Vasco. Nada mais natural, pois o clube deu apoio a Pai Santana até os últimos dias de vida.

— Sou um tricolor que não gosto de ver o Vasco mal. Eu me dou muito bem tanto com o Eurico Miranda quanto com o Roberto Dinamite. Os dois ajudaram o meu pai quando ele ficou doente — conta.

Bola Sete guarda com cuidado a bandeira cruzmaltina que seu pai usava para fazer um ritual de sorte antes de cada jogo. Mas garante que ia acabar com qualquer "despacho" que Pai Santana fizesse para o Flu não ser campeão.

— Se ele tivesse vivo, talvez fizesse um trabalho desse mesmo. Mas eu ia botar água na macumba dele (risos)! — brinca: — Na verdade, ele gosta do filho dele e vai dar uma forcinha lá de cima. Eu vou torcer para o Vasco ficar no G3 para todo mundo ficar feliz — finaliza o grandão.

Roberto, o Bola Sete, na arquibancada de São Januário: para ele, estádio do Vasco é melhor do que o Engenhão


Pai Santana, ex-massagista do Vasco, é pai de Bola Sete


Bola Sete guarda a bandeira que o pai usava nos tempos que era massagista do Vasco


Fonte: Extra Online