Miralles soube amenizar a ausência de Neymar. Carlos Alberto não chegou aos calcanhares de Juninho Pernambucano. Em jogo de duas equipes órfãs de seus principais jogadores, o Santos bateu o Vasco por 2 a 0 na tarde deste domingo, na Vila Belmiro, e tirou o adversário do G-4 depois de 54 rodadas – 25 no ano passado e 29 na atual edição do Campeonato Brasileiro. Os dois gols foram marcados pelo atacante argentino.
A vitória foi construída em lances parecidos, com Miralles recebendo às costas de uma defesa estática e desviando de Fernando Prass. O Vasco, atrapalhado atrás e na frente, não soube reagir. Com isso, o time carioca caiu para o quinto lugar, fora da zona de classificação para a Libertadores de 2013, já que o São Paulo venceu o Figueirense.
O time carioca ficou estacionado nos 50 pontos, agora com dois a menos do que o concorrente do Morumbi. O Santos subiu para 41, em oitavo, ainda muito distante do grupo de classificados para a disputa continental. A equipe de Muricy Ramalho volta a jogar em casa na quarta-feira, contra o Atlético-MG, às 22h. No dia seguinte, às 21h, o Vasco tem clássico com o Botafogo no Engenhão.
O JOGO
A ausência de Juninho no Vasco explica boa parte da vitória do Santos no primeiro tempo. Sem ele, o time carioca perdeu o pensamento lógico em seu meio-campo – a noção de espaço, a clarividência para um passe decisivo, o controle do tempo. O substituto dele, Carlos Alberto, não ajudou na frente e ainda atrapalhou atrás. Henrique o desarmou como se ele não estivesse ali no nascimento do gol do Peixe.
A sequência da jogada teve bola no pé de Bill e assistência às costas de um Rodolfo que não sabia para que lado correr. Miralles disparou e desviou de Fernando Prass. Eram oito minutos, um bocado cedo, e o time da casa pulava na frente.
Um pouco pelo conforto do placar, outro tanto pela ausência de Neymar, o Santos se preocupou mais em destruir do que em criar no restante do primeiro tempo. E a tarefa foi facilitada pelo Vasco, quase sempre com a bola sob o controle de seus pés, quase sempre sem saber o que fazer com ela - teve 61% de posse. Carlos Alberto e Eder Luis foram anulados pela defesa adversária. O jeito foi usar as laterais, especialmente com Jonas, já que Wendel estava improvisado pelo lado esquerdo. Em vão: foi uma sucessão de cruzamentos tortos nas 12 tentativas dos visitantes.
O Santos, nas raras vezes em que atacou, se aproximou mais do segundo gol do que o Vasco do empate. Bruno Peres foi a principal via de acesso ao ataque. Mandou dois chutes e disputou outra bola por baixo com Fernando Prass. O goleiro do Vasco foi melhor em todas. Felipe Anderson também arriscou de longe, por fora, na rede.
Os cariocas, pouco incisivos, não deram grandes incomodações a Rafael. O camisa 1 do Santos viu Alecsandro cabecear para fora no primeiro poste, em boa chegada de Wendel pela esquerda, e também observou chute de Carlos Alberto passar longe do travessão. De resto, acompanhou sua defesa superar o ataque rival.
Ressalvadas a diferença no tempo do gol e a presença de um marcador ao lado de Miralles, a largada do segundo tempo foi quase igual à do primeiro. Cedo, com apenas dois minutos, Felipe Anderson repetiu Bill e encontrou o atacante às costas da zaga. O argentino, desta vez com Jonas perto dele, soube desviar novamente de Prass. Outro dele, outro do Santos: 2 a 0.
Mais uma semelhança com o primeiro tempo: a incapacidade de reação do Vasco. O Peixe voltou a ter tranquilidade para trabalhar. Mesma coisa: posse de bola com os cariocas, mas pouca ação. A equipe comandada por Marcelo Oliveira esteve sempre refém de algum estalo individual – como no passe de Felipe para Eder Luis, que concluiu em cima de Rafael, ou em pancada na trave de Felipe Bastos, em lance anulado por impedimento.
O Vasco apelou para os garotos. Marlone substituiu Carlos Alberto. Jhon Cley entrou no lugar de Felipe. Mas o panorama não mudou. Pipico no lugar de Jonas foi a cartada final dos visitantes - de novo, sem grande efeito. O Santos conseguiu domar seu oponente e, apesar da ausência de Neymar, garantiu uma vitória tranquila na Vila.
GALERIA
Torcida do Vasco | Rodolfo | Eder Luis |
Alecsandro | Carlos Alberto | Carlos Alberto |
Nilton | Alecsandro | Nilton |
Felipe | Jonas | Marcelo Oliveira |
VÍDEO
FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 X 0 VASCO
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Asp/Fifa - DF)
Assistentes: Roberto Braatz (Fifa - PR) e Thiago Gomes Brigido (Asp/Fifa - GO)
Renda/Público: 6.555/R$105.170,00
Cartões Amarelos: Henrique e Rafael (SAN), Nilton e Fellipe Bastos (VAS)
GOLS: Miralles, aos 9 minutos'/1ºT (1-0) e 1'/2ºT (2-0)
SANTOS: Rafael; Bruno Peres, Bruno Rodrigo, Durval e Léo; Adriano, Arouca, Henrique (Gerson Magrão, 22´ / 2ºT) e Felipe Anderson; Bill e Miralles (Patito Rodríguez, 37´/2ºT) Técnico: Muricy Ramalho.
VASCO: Fernando Prass, Jonas (Pipico, 34´/2ºT) Douglas, Rodolfo, Wendel; Nilton, Felipe Bastos, Felipe (John Cley, 21´/2ºT) e Carlos Alberto (Marlone, 12´/2ºT); Éder Luís e Alecsandro. Técnico: Marcelo Oliveira.
TROFÉU NETVASCO 2012
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
---|---|---|---|---|
1º | Fernando Prass | 5.1340 | 5º | 6.7128 |
2º | Nilton | 4.9185 | 14º | 5.9573 |
3º | Felipe | 4.3743 | 7º | 6.4940 |
4º | Douglas | 4.0470 | 9º | 6.2192 |
5º | Marlone | 3.8840 | * | 5.2455 |
6º | Wendel | 3.6961 | 10º | 6.1753 |
7º | Jhon Cley | 3.4599 | * | 4.7803 |
8º | Fellipe Bastos | 3.3550 | 20º | 5.2515 |
9º | Pipico | 3.1285 | * | 3.9419 |
10º | Rodolfo | 2.4931 | 21º | 5.1987 |
11º | Eder Luis | 2.2376 | 18º | 5.4461 |
12º | Jonas | 2.0856 | 24º | 3.8672 |
13º | Carlos Alberto | 1.9337 | 15º | 5.8243 |
14º | Alecsandro | 1.6920 | 16º | 5.8047 |