Impulsionado pela derrota sofrida para o São Paulo, o tema atraso de salários voltou a ter alta repercussão no Vasco. Insatisfeitos com a falta de solução, Juninho e Rodolfo não pouparam críticas e deflagraram um novo mal estar a respeito da situação. Enquanto o meia comparou o clube carioca ao rival de quarta-feira, segundo ele "organizado e sem faltar nada", o zagueiro crê que a impaciência do torcedor mesmo diante dos problemas, é falta de respeito. O diretor de futebol Daniel Freitas reprova os atos públicos, mas compreende a chateação.
O dirigente, no entanto, acredita que o grau de profissionalismo impede que haja um reflexo direto nas atuações da equipe, que mantém seu posto no G-4 do Brasileirão há 55 rodadas. O Vasco pagou um dos três meses atrasados de direitos de imagem quitou o salário de agosto com os jogadores que recebem perto do piso, para não comprometer os cofres. Os vencimentos de setembro, que nos clubes batem dia 20, têm previsão para sair até esta data.
O mês atrasado dos funcionários também foram pagos na última quarta-feira, no primeiro dia mais efetivo de trabalho do novo vice de finanças, Nelson Almeida, então assessor jurídico.
- Não gosto desse tipo de manifestação pela imprensa, mas essa situação de atraso de salários se arrasta há algum tempo e entendo que causa um desgaste. Procuro sempre conversar com os jogadores. O presidente tem liderado algumas frentes em busca de soluções duradouras, mas nem sempre essas soluções são encontradas na velocidade em que gostaríamos. Não é o ambiente ideal, mas é o real. Se dissesse que estou absolutamente tranquillo quanto a isso, estaria mentindo. Mas contamos com o alto grau de profissionalismo do grupo - explicou Daniel, que organizou um papo com as lideranças do elenco na véspera do duelo com os paulistas.
Fora do círculo dos principais nomes, o zagueiro Fabrício não quis se indispor e adotou um discurso pacificador. Para ele, não há relação direta entre desempenho e atraso de salários.
- Prefiro não focar muito nisso. Para mim, é um problema que não interfere muito no rendimento. Prefiro falar do jogo e deixar que as coisas se resolvam - afirmou.
Penhoras, fim de contrato e possível novo parceiro
Ainda que tenha quatro acordos de patrocínio estampados na camisa, o Vasco sofre para cumprir seus compromissos por ter dinheiro penhorado na Receita Federal, ter gasto tudo o que recebeu com as vendas de Fagner e Romulo para zerar dívidas antigas e mais urgentes e sequer ter recebido a primeira das três parcelas referentes aos 33% da negociação do meia Diego Souza, que foi para o Al Ittihad, da Arábia Saudita, por enquanto, de graça.
A próxima cota da Eletrobras, maior fonte de renda do clube, só cai na conta em 2013. O desgaste pelo fato de a empresa ser estatal e exigir certidões negativas de débito para repassar o dinheiro deve acabar com a parceria ao fim do contrato, daqui a nove meses.
À caça de qualquer recurso viável, o departamento de marketing conversa com os donos do site especializado em relacionamentos extraconjugais Ashley Madison, que deseja investir na câmera do beijo em São Januário. A polêmica causada pelo foco da empresa é um obstáculo que rivais como Flamengo, Palmeiras e São Paulo, já contatados, não quiseram ignorar.
Fonte: GloboEsporte.com