Passado o furacão que arrastou três vice-presidentes e alguns funcionários de São Januário no mês passado, Roberto Dinamite se organiza, sem atropelos, para finalmente contra-atacar. Apesar de ouvir algumas negativas aos convites para assumir os cargos, a aproximação com pessoas influentes e que tinham origem em outra corrente no Vasco deixa cada vez mais claro o rumo da gestão: estender as alianças para se adequar ao novo panorama político que se desenha no clube. Com dois dos três nomes definidos, o anúncio da nova estrutura da cúpula não passa, espera-se, do fim da semana que vem, em evento para reafirmar a força da situação.
O estado de saúde de Ercolino Jorge de Luca, que aceitou ser nomeado vice de futebol, melhorou nos últimos dois dias e o empresário do ramo alimentício deve ter alta logo. Ele, que é dono de franquia da loja Gigante da Colina, através da empresa Dinamitex, e participou de fundo financeiro em 2010, foi internado por causa de uma crise de diverticulite (inflamação das paredes do intestino grosso) e chegou a ser cogitada a possibiliidade de operação, a princípio descartada. É provável que seu retorno ao dia a dia do Vasco ocorra ainda na segunda quinzena de outubro. Seu nome encontra resistência na oposição também pelo fato de a construtora Leduca, patrocinadora da camisa, ter seus familiares como sócios.
Para o patrimônio, Manuel Barbosa, que já comanda a área como diretor, estaria ao lado de Manuel Santos, que atua no departamento de marketing, mesmo não sendo sua formação, e que foi indicado pelo vice-presidente do setor, Eduardo Machado, no primeiro semestre.
Para finanças, Jorge Salgado, José Pinto e José Antonio Mourão compõem a relação dos que não quiseram se envolver nos problemas de salários atrasados, dívidas diversas, balanço de 2011 reprovado pelo Conselho Fiscal e contratos supostamente lesivos ao clube, que não estariam sendo fiscalizados e não podem ser revistos imediatamente. Além da centralização de poder, que trouxe falta de autonomia, esse é um dos motivos da saída dos dirigentes, que não concordam com a postura adotada por Dinamite recentemente.Assim, foi levantada a possibilidade de alguém que não é conselheiro - exigência do estatuto - controlar a pasta e um dirigente responder extra-oficialmente pelo cargo. O vice geral, Antônio Peralta, é uma opção. Os prazos sobrepostos se devem a este impasse interno.
Desmembramento político é inédito
Em cenário inédito, é provável que seis chapas se formem para a eleição de 2014. Até lá, a união de grupos pode acontecer, mas, desde já, os vices dissidentes - Mandarino, Nelson Rocha e Fred Lopes - se articulam para chegar ao consenso sobre quem liderará a futura campanha. Em frentes distintas, Fernando Horta, apoiado por Eurico Miranda, a Cruzada Vascaína, capitaneada por Leonardo Gonçalves, e o MUV observam de perto os problemas enfrentados pela gestão atual, que pode ter o vereador Roberto Monteiro, ligado a Dinamite, ou outro nome que surgiria da corrente que vem ganhando espaço na Colina.
Figuram como consultores Olavo Monteiro de Carvalho, presidente da Assembleia Geral, e os beneméritos Jorge Salgado e José Carlos Osorio, que também auxiliam diretamente no projeto de reforma de São Januário para as Olimpíadas de 2016. Além deles, o vice jurídico, Aníbal Rouxinol, alvo de protestos em meio ao racha que se instalou, e o diretor geral, Luiz Gomes, ganharam ainda voz mais ativa e participam diretamente das decisões.
Fonte: GloboEsporte.com