Carlos Alberto foi apresentado como jogador do Vasco no dia 7 de janeiro de 2009. Lá se vão mais de três anos e meio com um misto de identificação, briga e trégua. Junto com ele chegaram nomes como Fernando Prass e Nilton, que ainda fazem parte do elenco, para a disputa da Série B. Os dois exemplos já bateram a marca de 100 jogos, mas o meia alcançará o apenas neste sábado, contra o Atlético-GO, no Serra Dourada. O momento não é tanto de festa, e sim de trabalho para recuperar a forma que o levou aos braços da torcida em outros tempos.
Das 22 partidas que o antigo capitão do time disputou neste Campeonato Brasileiro, apenas duas foram de ponta a ponta. Como titular, quase sempre tem sido substituído, seja por opção tática - Fellipe Bastos, que atua mais recuado, entrou seis vezes -, ou por cansaço no segundo tempo. Com raras lesões musculares, a regularidade é um ponto positivo, ainda que, mesmo atuando com liberdade, encostando mais nos atacantes, não balançou a rede uma vez sequer.
O técnico Marcelo Oliveira aposta no talento adormecido de Carlos Alberto e, principalmente, no entusiasmo que o pupilo vem demonstrando no dia a dia, após se livrar de um problema inusitado: ficou fora das últimas duas rodadas em virtude de uma infecção no pé esquerdo causada por um pelo encravado. A justificativa foi alguma proteção que teria roçado na região, que ficou inchada. Ele está confirmado como titular, na vaga de Felipe, que quer jogar em outra função.
- Chegamos (comissão técnica) ao clube há duas semanas e meia e estamos detectando o que está acontecendo com um e outro jogador, conhecendo melhor características e personalidades. Carlos Alberto dá a impressão, pelos treinos, que está muito bem. Acho que o jogador não esquece como se joga. Pode passar por umas fases, ter problemas emocionais, mas não esquece. Já vi o Carlos Alberto fazer coisas maravilhosas. Ele pode usar todo o talento dele, prende bem a bola, tem drible, finalização, e esperamos que ele possa retomar a confiança e esteja inserido no esquema tático que a gente vai jogar - afirmou o chefe cruz-maltino.
Para Nilton, escalar Carlos Alberto, hoje em dia, pode ser mais produtivo em termos defensivos. O encaixe com com Juninho e Wendel agrada o volante de mais marcação da equipe.
- Sempre esperamos que quem seja escalado mais na frente também volte para ajudar. É bom ter um time compactado. Mas no meu ponto de vista, o Carlos Alberto ajuda com mais frequência, além de ser agudo. O Felipe joga mais com a bola no pé, tem excelente visão de jogo. Ambas as características nos acrescentam, mas o Carlos compõem melhor - opinou.
Diante do Dragão, o número 100 deve estar às costas do meia, como forma de homenagem, que pode até ser estendida. O departamento de marketing confirmou que tem interesse em fazer uma ação para destacar a fidelidade dele. Mas, além de uma referência no site oficial, não há nada definido. O próximo jogo do Vasco em São Januário é quarta-feira, contra o São Paulo.
'Falta o ajuste fino', aponta fisiologista
Trabalhando lado a lado com o atual camisa 10 desde sua chegada, o fisiologista Daniel Gonçalves revelou que o peso de Carlos Alberto é menor do que na época da Série B, apesar de ter ganho mais massa muscular nos membros superiores. A tendência é crescer em explosão ainda nesta temporada, com a mudança de comando, depois das dificuldades para se readaptar.
- Ele não fez pré-temporada e 2011 foi um ano muito ruim. Perdeu um pouco do lastro. Voltou fora de forma, mas emagreceu e está em boas condições há um tempo. Está seco. Falta o ajuste fino, que são a potência e as arrancadas dele. Isso está sendo trabalhado para que ele atinja um nível próximo do que já teve. A expectativa é boa para esse ano ainda, houve mudança na metodologia de trabalho e também requer adaptação. Carlos Alberto e alguns outros tendem a aumentar o rendimento. Nesse momento de declínio físico, a expectativa dele é ascender - explicou.
Fonte: GloboEsporte.com