Presidente do Vasco e deputado estadual, Roberto Dinamite age nos bastidores para evitar novos problemas envolvendo falta de água no Cruzmaltino. No mês passado, a sede de São Januário ficou sem abastecimento durante uma semana e a circulação frequente de um caminhão-pipa gerou constrangimento. Para impedir que o episódio se repita e beneficiar os outros clubes do Rio, o mandatário entrou com um projeto de lei na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) em que pede para que sejam inclusos na categoria de Consumo Público os prédios ocupados por associações desportivas, sociais ou recreativas.
O projeto 1759/2012 foi protocolado no último dia 28 de setembro e ainda terá de passar pelas comissões até ser votado. Em caso de aprovação, o Gigante da Colina e demais clubes do Rio de Janeiro terão uma economia mensal de até 150%. Atualmente, o Vasco paga algo em torno de R$ 300 mil e poderia ter o montante reduzido para R$ 100 mil. A principal meta é tirar as entidades da categoria “domiciliar comum” e impedir a cobrança por meio da “tarifa de consumo público excedente” pela Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos).
O problema começou em 1998, quando o decreto número 24.791 alterou o parágrafo 2º do Artigo 94 do Regulamento dos Serviços Públicos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, foi retirado do Consumo Público as associações desportivas, sociais ou recreativas, também sem fins lucrativos, que não foram enquadradas em nenhuma categoria. A situação piorou a partir de setembro do ano passado com as cobranças sendo feitas em cima da denominação “domiciliar comum”.
Procurado pela reportagem do UOL Esporte, o presidente Roberto Dinamite explicou o processo e admitiu que o episódio vivido recentemente pelo Vasco contribuiu para a formatação do projeto de lei. Segundo o deputado estadual, a mudança é imprescindível para o benefício dos atletas em eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
“É lógico que a situação ocorrida no Vasco teve peso. O fundamental é diminuir a inadimplência dos cerca de 400 clubes sociais do Rio de Janeiro. Aconteceu um aumento significativo na cobrança. O Vasco pagaria algo em torno de R$ 100 mil mensais na categoria anterior. Hoje temos que pagar R$ 300 mil. É um valor incompatível no orçamento anual. O meu gancho é justamente em cima da importância dos clubes em termos dos eventos mundiais que estão por vir. Ninguém quer deixar de pagar, apenas ter algo compatível. Os clubes e a Cedae sairão ganhando com a redução. Ficará bom para todo mundo”, afirmou o mandatário.
No dia 19 de setembro, o Vasco fez um acordo com a Cedae para parcelamento em 36 vezes da dívida no valor de R$ 1.336.230,19 e voltou a receber o abastecimento em São Januário. Porém, os sete dias sem água foram suficientes para gerar constrangimentos. Um funcionário caiu de uma altura um pouco maior que dois metros enquanto tentava abastecer uma das caixas de água. Um caminhão-pipa chegou a estacionar embaixo das arquibancadas e iniciou o reabastecimento em meio ao treinamento do time profissional. Foram quatro viagens por dia, suficientes para armazenar 60 mil litros de água – consumo diário na Colina.
Fonte: UOL