Na tentativa de levar civilidade e paz aos estádios de futebol, as diretorias do Botafogo, do Flamengo, do Fluminense e do Vasco estão obrigadas a fazer o cadastro dos integrantes das torcidas organizadas que se beneficiam com o apoio de seus respectivos clubes para realizar viagens e adquirir ingressos para jogos. A determinação é da 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva e Defesa do Consumidor e do Contribuinte, anunciada na quarta-feira, com o objetivo de evitar que integrantes de torcidas organizadas atuem como cambistas e também controlar a distribuição de ingressos gratuitos e subsidiados.
Os quatro maiores clubes cariocas deverão ainda assumir o compromisso de não disponibilizar mais ingressos gratuitos ou subsidiados a torcedores que tenham se envolvido em episódios de violência ou a integrantes de agremiações que estejam suspensas ou banidas dos estádios. A decisão da promotoria foi tomada após denúncias de que lideranças de torcidas organizadas atuavam como cambistas, com a conivência das diretorias dos principais clubes de futebol do Rio. Ainda segundo essas denúncias, os clubes forneciam ingressos gratuitos ou subsidiados às torcidas organizadas sem qualquer controle.
“É fundamental essa ação do Ministério Público para coibir, em especial, a presença de alguns elementos que nada tem a ver com torcedores de futebol. Para isso, é muito importante a colaboração dos dirigentes dos clubes” afirmou, ontem em nota, o Procurador-Geral de Justiça, Cláudio Lopes.
As denúncias deverão ser investigadas ainda pela Polícia Civil, pois o MP encaminhou cópias das informações à Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT). Uma das denúncias sugere, inclusive, que as torcidas usam da violência para intimidar os dirigentes dos clubes e impedir que os ingressos de cortesia sejam cancelados.
Os clubes têm 180 dias para fazer o cadastramento dos integrantes das torcidas organizadas e assumir o compromisso de não fornecer qualquer tipo de apoio à torcida organizada estiver banida dos estádios. O Estatuto do Torcedor prevê a aplicação de multa e a possibilidade de destituição dos dirigentes em caso de descumprimento de suas obrigações legais.
Fonte: Globo Online