Conheça os times pelos quais torcem os candidatos à prefeitura do Rio

Segunda-feira, 01/10/2012 - 10:22

Antes de disputar a prefeitura do Rio, Eduardo Paes (PMDB), Marcelo Freixo (PSOL), Rodrigo Maia (DEM) e Otavio Leite (PSDB) acreditaram em Papai Noel, pregaram sustos em casa e deram o primeiro beijo. São homens nascidos na década de 1960 que, como contam seus parentes, vão além das figuras do horário eleitoral. Nos últimos dias, O GLOBO resgatou essas histórias.

Consuelo da Costa Paes deu à luz Eduardo aos 25 anos. Carioca da gema, ele cresceu no Jardim Botânico, morou em São Conrado de frente para o mar e frequentava a praia de Ipanema. Na infância, teve quatro animais de estimação: um hamster, um pintinho, um pato e um coelho. Também cuidou de um aquário.

Por e-mail, a mãe de Duda (como Paes é chamado) conta que ele enfeitava o quarto com dois pôsteres: um da (banda de rock americana) Van Halen e outro do Vasco, o time do coração.

Paes acreditou em Papai Noel até os sete anos e sempre quis ser advogado, como o pai. Deu o primeiro beijo aos 12 anos, no Shopping da Gávea. O alvo: uma menina da escola. Foi com uma namoradinha, aliás, que gastou seu primeiro salário e que deu um baita susto na mãe. Dormiu na casa dela sem avisar. “Achamos que tinha sumido. O pai ficou desesperado e foi até à faculdade, ao IML...”

A vida na década de 1960

Marcelo é o primogênito de Alenice Ribeiro Freixo. Nasceu em 1967 e cresceu em Niterói. Tomou mamadeira até os cinco anos e, depois, nunca mais bebeu leite. No copo, tem nojo. A primeira palavra saiu só aos dois anos e foi “papai”, mas, na adaptação à escola chorava sempre que se despedia da mãe.

Freixo foi bom aluno. Adora jogar futebol e é Flamengo de coração. Na infância, a bola rolava na escola e na rua. Um sargento da vizinhança costumava implicar com o futebol da garotada. O atrito era tanto que fez com que, num Sábado de Aleluia, Freixo e os amigos dessem a um boneco de Judas as feições do militar e um colar com seu nome.

Aos seis anos, conseguiu um feito: perder-se da mãe no elevador de um prédio comercial.

— Eu estava com o Renato (irmão do meio) nos braços e, quando as portas abriram, cadê o Marcelo? — conta Alenice, com os olhos molhados. — Ele tinha saído com o grupo, mas acabou voltando sozinho.

Daniela Maia é irmã gêmea de Rodrigo. Nasceram em Santiago do Chile, em 1970, e falaram espanhol antes do português. É sua confidente e ri quando lembra a noite em que ele, semissonâmbulo, desandou a falar francês. Estudara para uma prova do Colégio Padre Antônio Vieira, e a lição saía pela boca dormindo.

Rodrigo sempre foi do esporte: tênis, futebol, judô, natação e remo. É botafoguense doente e foi gandula do Maracanã.

Daniela diz que é tímido, que sofria até para comprar roupas. Nas lojas, se dirigia às atendentes com o queixo no peito.

Rodrigo tem marcas de um acidente de carro acima das sobrancelhas e perto do canal lacrimal esquerdo. Aos 15 anos, estava no carro de um amigo quando ele se chocou com outro veículo. Foram parar no Hospital Municipal Lourenço Jorge. Maia levou 40 pontos.

Otavio Leite é o sergipano Tavinho. Batizado pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek, chegou ao Rio em 1963, aos 2 anos. Cresceu sob os cuidados da tia paterna Maria Auxiliadora Leite, que morava com o avô dele em Copacabana.

Também foi bom aluno, mas era fraco no inglês.

— Uma tragédia! — diz Maria Auxiliadora. — Meu pai dizia que ele tinha que ser sócio do Ibeu (Instituto Brasil Estados Unidos). Mas ele cantava A Marselhesa (hino francês) direitinho.

Maria Auxiliadora fez de tudo para que Otavio fosse vascaíno, mas é rubro-negro.

Criança, gostava de lutar boxe com a prima Cláudia. Vestia luvas e arregimentava juízes — normalmente a tia.

— A prima era violenta, derrubava, caía por cima, dava cada murro...

Há muito, muito tempo, Otavio sonhou em ser embaixador. Piloto de jato também lhe passou pela cabeça. A vida era diferente.

Eduardo Paes com a camisa do Vasco; Rodrigo Maia no carrinho com a irmã gêmea; Marcelo Freixo olhando para o alto; e Otavio Leite invocado ao tirar fotografia


Fonte: Globo Online