A ideia de Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), em lutar pela volta da comercialização de cerveja nos estádios cariocas ganhou um aliado importante.
Em entrevista ao LANCENET, Aldo Rebelo, ministro do Esporte, disse ser favorável à adoção do modelo britânico de venda e consumo nos estádios. Na Terra da Rainha, o torcedor pode beber, mas desde que seja nos bares situados nas áreas de convivência nas arenas. A tese de Rebelo é exatamente a mesma encampada pelo presidente da Ferj, que tem intensificado esforços junto ao alto escalão do judiciário fluminense.
Por questões de saúde, Rubens adiou uma audiência privada com Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Com uma Lei Estadual que prevê a proibição do consumo de bebidas em estádios, o cartola pretende sensibilizar o desembargador, para que algum juiz seja favorável a um futuro recurso impetrado no sentido de tornar o álcool novamente legal nos jogos de futebol.
– Acho que poderíamos adotar este modelo inglês: o sujeito pode beber no bar antes, no intervalo ou depois do jogo. Mas não poderia beber na arquibancada – disse Aldo Rebelo.
Para que a opinião do ministro esteja amparada legalmente, um Grupo de Trabalho do Ministério estuda adequações ao artigo do Estatuto do Torcedor que trata do tema.
A opinião do ministro, no entanto, também encontrará barreiras no Rio de Janeiro. O Projeto de Lei n 1181/2011 tramita na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e pretende endurecer ainda mais as restrições às bebidas. De autoria do deputado Luiz Paulo (PSDB), a proposta quer restringir o consumo, inclusive durante a Copa-2014.
– Futebol e bebida não combinam – opinou Luiz Paulo ao LANCENET!.
Bate bola com Aldo Rebelo, ministro do Esporte
A discussão sobre liberação da cerveja tem nos estádios se intensificado no Rio de Janeiro. Qual a sua opinião sobre este assunto?
Acho que melhor do que proibir é controlar. Sempre me lembro do caso do Bangu. Quando os ingleses foram lá construir a fábrica, a primeira coisa que fizeram no campo de futebol foi o bar, depois que veio o resto. Acho que o ideal é o modo como os ingleses fazem.
E como fazer para conter atos violentos no lado externo dos estádios de futebol no Brasil?
Se alguém está bêbado, fazendo arruaça na rua, vai lá e prende. Boa parte da violência no Brasil é provocada por conspirações destes vândalos, que marcam brigas na rua. Tem de fortalecer o policiamento dentro, mas principalmente ampliá-lo fora do estádio.
O senhor entende ser possível controlar o consumo de forma ordenada no interior dos estádios?
Dentro, acho que poderíamos adotar este modelo inglês: o sujeito pode beber no bar antes, no intervalo ou depois do jogo, só não poderia beber na arquibancada.
As brechas existentes na legislação:
Estatuto do Torcedor
Artigo 13 do Estatuto do Torcedor fala sobre a proibição de bebidas nos estádios, mas não especifica as bebidas que devem ser proibidas. Diz o artigo: “ proibido portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência.”
Lei do Rio de Janeiro
Lei Estadual em vigência fala na proibição da “venda de bebidas alcoólicas destiladas, bem como o seu consumo, nos estádios do Rio.”
Lei Geral da Copa
Riscou o artigo do Estatuto do Torcedor que disciplina tema das bebidas.
Fonte: Lancenet