A distância entre Ponte Preta e Vasco, adversários deste domingo, às 16h (de Brasília), no Moisés Lucarelli, é de dez pontos. Nada impossível de ser diluído nas 13 rodadas finais do Brasileirão. Porém, as metas são distintas. Com seis clubes à sua frente até o G-4, onde se encontram os cariocas, a Macaca tem sonhos modestos e não planeja ir à Libertadores. Sem técnico após a saída de Gilson Kleina para o Palmeiras, vai de Zé Sérgio como interino. Do outro lado, Marcelo Oliveira encara seu segundo jogo na equipe carioca em busca de embalo para manter acesa a esperança de ser campeão, objetivo do clube enquanto a matemática permitir.
Contra o Vasco, a Ponte tenta provar que a boa campanha no segundo turno não depende exclusivamente do trabalho de Kleina. No primeiro jogo sem o treinador, a Alvinegra campineira defende uma invencibilidade de sete partidas, com quatro empates e três vitórias. Guto Ferreira, do Mogi Mirim, chega segunda-feira para comandar o time na reta final do Brasileirão.
Com 33 pontos, a Macaca joga por mais quatro vitórias para eliminar o risco matemático de rebaixamento e não ver um planejamento de uma temporada inteira cair pela saída repentina de Kleina. Para manter o momento positivo, a diretoria conta com o apoio da torcida. Quem for com a camisa da Ponte paga meia-entrada (R$ 20).
Na Colina, o clima é de otimismo, principalmente pela semana cheia que a nova comissão técnica teve para conhecer melhor o elenco e dar sua cara à equipe. Dentro de campo, todos sabem que chegar em Grêmio, Atlético-MG e Fluminense, líder da competição, não é fácil e pregam a humildade do "degrau em degrau". Fora das quatro linhas, porém, a situação é delicada. Em crise financeira, o clube teve um corte na água por sete dias e politicamente está rachado. O atacante Alecsandro chegou a dizer que se sente desvalorizado.
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As escalações
Ponte Preta: Zé Sérgio tem duas dúvidas. Edson Bastos e Cicinho não treinaram sexta-feira. O goleiro está com inflamação na garganta, enquanto que o lateral-direito sente desconforto no joelho esquerdo. A tendência é que a dupla vá para o jogo, mas, se for vetada, entrarão Roberto e Gerônimo, respectivamente. O interino também pretende trocar o esquema 3-5-2 pelo 4-4-2, mas depende da situação de Cicinho. Se o camisa 2 for para a partida, o meia Nikão entrará no time para a saída do zagueiro Diego Sacoman. Caso contrário, será mantido o sistema com três defensores, apesar da preferência de Zé Sérgio por uma escalação mais ofensiva. No ataque, ele manteve Luan ao lado de Roger, apesar de ter testado Rildo durante a semana. Segundo Zé Sérgio, todas as mudanças já estavam programas por Gilson Kleina. A provável Macaca tem Edson Bastos; Cicinho, Tiago Alves, Ferron e Uendel; Baraka, Renê Júnior, Nikão e Marcinho; Luan e Roger.
Vasco: em seu segundo jogo no comando, Marcelo Oliveira teve mudar três peças e dois setores. Sem Nilton e Carlos Alberto, não fez mistério e antecipou que Eduardo Costa e Felipe vão jogar. E, de última hora, perdeu Tenorio, que não se sentiu seguro após uma semana se recuperando de uma leve lesão no púbis. Ele foi poupado de alguns treinos. Eder Luis entra. A formação é a seguinte: Fernando Prass, Jonas, Dedé, Renato Silva e William Matheus; Eduardo Costa, Wendel, Juninho e Felipe; Eder Luis e Alecsandro.
Quem está fora
Ponte Preta: Zé Sérgio, ex-ponta esquerda de São Paulo, Santos, Vasco e seleção brasileira, não pode contar com Giancarlo, Gustavo Lazzaretti e Wescley. Os dois primeiros estão no departamento médico, enquanto que Wescley passa por um período de recondicionamento físico após ficar cinco meses parado devido a uma cirurgia no joelho.
Vasco: o lateral Auremir trata um estiramento na coxa esquerda e só retorna no mês que vem. Já o zagueiro Douglas sofreu a mesma lesão na semana passada e vai demorar um pouco mais para retornar. Outro vetado, Carlos Alberto, que tem uma inflamação no tornozelo esquerdo por causa de um pelo encravado. Carlos Tenorio pediu para ser poupado em virtude de um desconforto muscular no púbis que o atrapalha há uma semana. E Nilton está suspenso.
Pendurados
Ponte Preta: André Luis, Baraka, Ferron, Gerônimo, Giancarlo, Gustavo Lazaretti, Luan, Lucas, Nikão e Tiago Alves.
Vasco: Carlos Alberto, Fabrício, Jonas, Renato Silva e William Barbio.
O árbitro
Francisco Carlos Nascimento (Fifa/AL) apita a partida, auxiliado por Altemir Hausmann (Fifa/RS) e Thiago Gomes Brigido (CE). Francisco Nascimento arbitrou oito jogos no Brasileirão, marcou 269 faltas (média de 33,6 por jogo), mostrou 40 amarelos (média de 5 por jogo) e dois vermelhos (média de 0,25 por jogo) e marcou três pênaltis (média de 0,38 por jogo). O campeonato tem média de 5,01 amarelos, 0,28 vermelho, 36,5 faltas e 0,2 pênalti. O árbitro apitou um jogo dos paulistas na Série A deste ano: Ponte Preta 0 x 1 Atlético-MG, pela primeira rodada.
Fique de olho
Ponte Preta: Roger foi o principal alvo das críticas da torcida no 0 a 0 com o Botafogo. Um gol desperdiçado em chance clara aos 41 minutos do segundo tempo motivou as vaias. Após a partida, o atacante desabafou e entrou em rota de colisão com a torcida, mas trabalhou firme durante a semana para voltar a balançar as redes e fazer as pazes com a massa.
Vasco: Felipe volta a ser titular após quase um mês e será o centro das atenções por ter recebido moral e liberdade do técnico Marcelo Oliveira. Será a chance para conferir se a polêmica do futevôlei quando ficou fora do time não afetará o rendimento do meia, que foi multado. Além disso, seu companheiro na armação é Juninho, também veterano, e mais uma vez a possibilidade de ambos jogarem juntos sem prejudicar o time física ou taticamente estará à prova.
O que eles disseram
Zé Sérgio, técnico interino da Ponte Preta: “O trabalho do Gilson foi muito bem feito em dois anos. Vamos só administrar. O estilo vai ser praticamente o mesmo, mas estou conversando bastante com o Marcus Vinícius (coordenador técnico) para sermos um pouco mais agudos, mais ofensivos, porque precisamos do resultado”.
Dedé, zagueiro do Vasco: "A Ponte é uma equipe rápida, empenhada e humilde. Tem dificultado para qualquer um. Foi um dos jogos mais chatos do nosso primeiro turno. Temos de ficar ligados no Roger, que faz a função de pivô, tem força e habilidade também. Precisamos de muita concentração para não errarmos".
Números e curiosidades
* O confronto entre Ponte Preta e Vasco dentro do Campeonato Brasileiro possui uma peculiaridade: em 19 jogos pela Série A, a equipe visitante saiu com a vitória apenas em uma oportunidade (Vasco 2 a 1, em Campinas, em 2006). Seis das sete vitórias do Vasco sobre a Ponte foram conseguidas no Rio e as três vitórias da Ponte foram obtidas em casa.
* Na história do Campeonato Brasileiro, a Ponte Preta venceu apenas três vezes o Vasco, todas em Campinas e duas delas de virada: 2 a 1 em 1998 e 3 a 2 em 2004. A última vitória da Ponte foi no Brasileirão 2005, vencendo por 4 a 2.
* A média de gols do confronto entre Ponte Preta e Vasco pelo Campeonato Brasileiro é de 2,8 por partida (54 gols em 19 jogos). Quatro dos 19 jogos entre Ponte e Vasco em Brasileiros terminaram com o placar inalterado. Os empates sem gols aconteceram em 1977, 81 (duas vezes) e 2005.
Último confronto
Vasco e Ponte Preta se enfrentaram pela última vez no dia 30 de junho, pela sétima rodada do Brasileirão. Em São Januário, o time da Colina levou a melhor e bateu a Macaca, de virada, por 3 a 2. Alecsandro, Eder Luis e Diego Souza, de pênalti, marcaram os gols cruz-maltinos. Roger fez os dois da Ponte. Com o triunfo, o Vasco reassumiu a liderança diante de cerca de 7.500 torcedores. Curiosamente, a equipe carioca teve apenas cinco finalizações na partida, contra 13 do time campineiro.
Fonte: GloboEsporte.com