Ainda antes das saídas de José Hamílton Mandarino e de Nelson Rocha, vices de futebol e de finanças do clube, o presidente Roberto Dinamite já era criticado por uma suposta mudança de postura no segundo mandato à frente do Vasco. Nos bastidores, o maior ídolo da história vascaína passava de “rainha da Inglaterra” - termo usado por um dirigente vascaíno - a gestor despreparado.
Até dezembro de 2011, o futebol era controlado por Rodrigo Caetano e por Mandarino. Sem o diretor, que já tinha desgaste na relação com Dinamite, o presidente tomou uma das primeiras atitudes logo em janeiro. O meia Felipe voltou do Catar com uma proposta em carta de um clube local e bateu na porta do presidente. O camisa 6 ganhou aumento salarial de 50% e teve contrato estendido até fim de 2013. A negociação irritou os recém-demissionários vices vascaínos.
A contratação de Dakson, que ainda nem estreou pelo clube, também teria saído da sala presidencial. O empresário e inquilino do CT de Itaguaí, que o Vasco alugou por dois anos, Pedrinho Vicençote convenceu Dinamite, que chegou até a falar em Joel Santana para substituir Cristóvão, pouco depois do ex-treinador pedir demissão.
Dinamite se isolou nos últimos dias e pouco atendeu a imprensa para comentar o momento político. Por telefone, ao Jogo Extra, disse que vai encontrar outros “vascaínos que queiram ajudar” para os cargos desocupados.
- O regime é presidencialista. Ninguém dá mais abertura do que eu as pessoas - disse Dinamite, que respondeu sobre se fazer mais presente nas questões ligadas ao futebol. - Sou presidente, tenho que saber antes das coisas acontecerem.
Um dos vices-presidentes que mais apóiam Dinamite, Aníbal Rouxinol, do jurídico, disse que nunca viu o presidente mudar de hábito no cargo que ocupa.
- Ele nunca contratou e nunca vendeu ninguém, isso posso garantir - afirmou ele, que lamentou as saídas, mas alfinetou: - Quem não quer ajudar o clube, que vá embora mesmo.
Fonte: Extra Online