Pense numa posição no futebol? Ela já atuou. Aliás, mentira: ela ainda não foi goleira. Ana Clara Vale tem 17 anos. Foi convocada para o Mundial Sub-17 do Azerbaijão, segundo ela, para jogar. Não interessa aonde, o importante é ajudar. Por enquanto, o técnico Edvaldo Erlacher tem optado por escalá-la como zagueira.
Não se pode dizer que a história de Ana Vale, como é chamada pelo grupo, é um daquelas convencionais do futebol feminino. Principalmente porque, no momento, ela concilia a profissão de jogadora, atuando pelo Vasco da Gama além da Seleção, com a de estudante de Educação Física da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
- Não levei nem trote, dei sorte. Estava com a Seleção no Sul-Americano da Bolívia (conquistado de forma invicta pelo Brasil na Bolívia) - contou ela, que começou a faculdade no primeiro semestre deste ano.
Ana Clara começou a jogar futebol na escolinha da Vila Militar, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, por influência do pai, que é na Marinha. Até 2010, o que ela levava a sério mesmo era a natação. Foi então que, a contragosto da mãe, resolveu fazer um teste para o Vasco da Gama e passou.
De lá para cá, a evolução na carreira foi rápida. A mãe passou a apoiá-la, o pai continuou dando força e, no clube, já diziam para que ela tinha condições de chegar a Seleção Brasileira. Ela chegou e com cara de quem vai ficar. Para isso, aceita jogar em qualquer posição. Já foi atacante, lateral, meia, volante e agora virou zagueira.
- Me espelho muito na Érika (zagueira da Seleção Feminina Principal). Ela também é polivalente, excelente jogadora e um exemplo para mim.
No masculino, puxando sardinha para o seu clube ou não, o jogador escolhido como referência merece todo o respeito: Juninho Pernambucano.
- É uma referência dentro, mas fora de campo também.