O remo brasileiro deu seus primeiros passos no ciclo olímpico dos Jogos do Rio-2016 com problemas. O Campeonato Brasileiro deste ano, que terminará neste domingo em São Paulo, foi boicotado por três das maiores equipes do país: Flamengo, Vasco e Botafogo.
O motivo da não-participação dos times do Rio de Janeiro foi a mudança na sede da competição. O calendário inicial da Confederação Brasileira de Remo (CBR) colocou a competição na cidade carioca. Mas, em junho, a entidade trocou o Rio pela capital paulista.
A troca pegou Flamengo, Vasco e Botafogo de surpresa no aspecto financeiro. Uma das razões destes times não aparecerem na raia olímpica da Universidade de São Paulo (USP), sede do Campeonato Brasileiro, é que eles não haviam previsto em seus orçamentos para 2012 os gastos com transporte e hospedagem da viagem à capital paulista.
– O Rio de Janeiro seria a sede do torneio, então os clubes se acomodaram. Mudaram o local do torneio sem comunicar antes. A ideia do Flamengo era de participar em peso em todas as categorias, mas isso tornaria a viagem cara – disse Marcos Amorim, técnico do Flamengo.
O imbróglio teve como consequência a ausência do nome mais importante do remo do país da atualidade. Como o Flamengo não está no Campeonato Brasileiro, a remadora do clube Fabiana Beltrame, campeã mundial no single skiff peso leve em 2011 e representante do país na Olimpíada de Londres-2012, não compete em São Paulo.
– A próxima Olimpíada será aqui no Rio de Janeiro, todos os países estão querendo vir para cá conhecer a raia, e a confederação coloca o Brasileiro em São Paulo. A confederação atrapalhou os clubes – disse Amorim, que é treinador de Fabiana Beltrame no Flamengo.
Para CBR, torneio ficou melhor
Para o presidente da Confederação Brasileira de Remo (CBR), Wilson Reeberg, o Campeonato Brasileiro em São Paulo ficou melhor sem a presença de Flamengo, Vasco e Botafogo.
– O campeonato ficou melhor do que estava. Na categoria júnior, tivemos mais atletas aqui do que se a competição fosse no Rio. A ausência desses clubes estimulou a vinda de clubes de outros estados, que viram suas chances de título serem aumentadas – falou Reebeerg ao LANCENET!.
De acordo com o dirigente, a CBR ofereceu aos três clubes cariocas um caminhão extra para transportar os barcos sem custo algum para as equipes.
Sobre a mudança, Reeberg justificou com uma série de fatos. Ele disse que queria ficar mais perto dos patrocinadores da CBR (Petrobras e Bradesco) com o evento em São Paulo, além de fazer uma homenagem aos 40 anos da criação da raia de remo da USP, criada em 1972.
Além disso, o presidente da CBR alegou que o Rio de Janeiro já havia recebido o Brasileiro nos últimos três anos.
Fonte: Lancenet