O Vasco deve à Cedae e não nega, mas também não paga e muito menos reconhece o montante da dívida — um total de mais de R$ 1,3 milhão. Este é o resumo de mais uma confusão financeira e jurídica da gestão Roberto Dinamite. Ontem, enquanto faltava água no clube — condição que não melhorou muito mesmo com o reabastecimento do caminhão-pipa no meio do treino —, a juíza Adriana Jara Moura, da 16 Vara Cível, em decisão judicial a respeito do mandado de segurança do Vasco, definiu que, se o clube pagar, num primeiro momento, o que deve à Cedae, a água teria que ser religada pela concessionária. Só que o buraco é mais embaixo.
— O Vasco não tem dinheiro para pagar essa dívida agora — admitiu o vice-presidente jurídico, Aníbal Rouxinol, que na ausência de um vice de finanças e de outros porta-vozes do clube ficou como único encarregado de responder sobre o assunto.
O departamento jurídico do Vasco vai propor à Cedae um acordo extra-judicial para novo parcelamento da dívida. Só então, caso a concessionária aceite a oferta vascaína, vai levar o acordo para a Justiça selar um novo entendimento. O clube, porém, é recorrente em dívidas com a concessionária destadual: além inadimplência atual, o Vasco não cumpriu parcelamento anterior junto à Cedae.
No mandado de segurança, o clube explica que houve mudança de categoria para cobrança do clube. De "entidade civil sem fim lucrativo", o Vasco passou a "domiciliar comum", o que explica o aumento de 150% dos valores da cobrança.
Na decisão judicial, um trecho lembra que o Vasco não paga nem mesmo os valores "que entende devidos em juízo" e ainda que a nova classificação de cobrança é antiga.
"Ressalte-se que esta mudança de categoria se deu há aproximadamente um ano (setembro de 2011), sendo que somente neste momento a parte autora (Vasco) veio ao Judiciário discutir acerca dos valores cobrados", diz um trecho da decisão.
Ontem, o clube passou quase o dia inteiro com falta de água nos banheiros e até no restaurante da área social. No futebol, não houve problema de abastecimento.
Diferenças de métodos de treino
A diferença de métodos é nítida. Com Marcelo Oliveira e sua comissão técnica, o futevôlei de antes do treinamento já virou artigo raro. Se antes eram até cinco redes improvisadas ao lado do campo, ontem apenas uma divertiu alguns jogadores até o preparador físico Juvenilson de Souza botar o elenco para correr em volta do campo e depois promover circuitos com alguns atletas.
A maioria dos titulares só subiu ao campo para uma conversa, que também já virou tradicional, junto ao novo técnico. Mas Tenorio ficou no gramado. Ele correu e fez outros exercícios acompanhados do departamento médico do clube. Um exame apontou pequeno edema no púbis direito do atacante. Ainda assim, disse o médico Albino Pinto, o equatoriano não será problema para a partida de domingo contra a Ponte Preta, em Campinas.
— Ele precisa voltar aos poucos. De vez em quando o Tenorio pode ter esse tipo de dor, mas o tratamento é esse: treinamento normal e fortalecimento paralelo — explicou o médico do clube.
A má notícia é que o zagueiro Douglas, que vinha sendo titular e ficou suspenso na última partida, teve estiramento de grau 2 na coxa esquerda. Ele fica afastado por cerca de um mês.
Fonte: Extra Online