Gaciba vê três interpretações para o gol anulado de Tenorio

Terça-feira, 18/09/2012 - 15:24

Escrevi algumas rodadas atrás no blog um post sobre “decisões cinzentas”, ou seja, aquelas jogadas que ficam no mérito interpretativo e que teremos argumentos para defender tanto um acerto como um erro na interpretação da arbitragem. (http://sportv.globo.com/platb/blog-do-gaciba/2012/09/07/decisoes-cinzentas/)

Pois este fim de semana, ocorreu uma jogada que se encaixa perfeitamente nestas decisões. Na partida entre Cruzeiro e Vasco, Tenório teve seu gol anulado no seguinte lance:

Entendendo a regra do jogo, perceberemos que com pequenas respostas a perguntas simples poderemos responder SE EM NOSSA OPINIÃO o atleta estava ou não impedido na jogada:

Vamos as perguntas e conforme suas respostas, forme a sua opinião:

1. Tenório estava em posição de impedimento no momento em que Dedé passa a bola? Bom, aí creio que não discutiremos. Tenório estava a frente da linha da bola, não havia entre ele e a linha de fundo 2 defensores e o atacante estava no seu campo de ataque, ou seja, POSIÇÃO DE IMPEDIMENTO clara.

2. Tenório ganha vantagem desta posição que se encontrava no momento do passe de seu companheiro? Aí também parece ser claro que Tenório ganha vantagem, até porque fez o gol, mas a grande e decisiva questão vem logo a seguir.

3. Qual foi a origem da jogada? O passe de Dedé, Tinga ou o segundo defensor Cruzeirense que toca na bola.

A. Você considera, assim como o assistente, que a origem do passe foi Dedé. Tenório está impedido pois ganha vantagem de uma posição de impedimento. Li e ouvi argumentos que falam que o passe de Dedé não foi direcionado para Tenório. Nada a ver! Neste caso não interessa para quem foi o passe. A bola que bate ou desvia num defensor (ou dois) não “tira” a posição de impedimento do atleta. Para entrar neste grupo você deve defender que nem Tinga nem o segundo defensor teve posse de bola e/ou erro técnico no lance.

B. Você considera que Tinga não cortou a bola que iria para outro atacante e sim passou para o seu companheiro, ou seja, teve uma falha. Neste caso o gol seria legal pois Tinga teve a posse da bola e realizou um passe para trás, consequentemente, ELE passa a ser a origem da jogada e como a origem é um defensor não se pode marcar impedimento.

C. Você considera que o segundo defensor do Cruzeiro tinha posse de bola e total possibilidade de dominá-la e sair jogando depois do corte de Tinga. Se você acha que aquela furada e consequente batida na canela foi um ERRO TÉCNICO do zagueiro que era “dono da bola”, então este defensor passa a ser o origem da jogada e Tenório não pode ser punido por estar em posição de impedimento.

A jogada vem sendo amplamente discutida nos bastidores da arbitragem nacional e o assunto já atravessou fronteiras. O presidente da comissão de arbitragem da CBF, Aristeu Leonardo Tavares, solicitou por email a posição dos instrutores internacionais, árbitros pré-selecionados para a copa do mundo e membros da comisão de arbitragem e aguarda seus posicionamentos prometendo que poderemos tornar público, em nosso blog o ponto vista dos especialistas.

Mas, agora é hora de debate! Em qual vertente você se encaixa? Qual seu ponto de vista? Defenda sua tese, mas desde já vou avisando, não haverá uma verdade absoluta pois dependendo do enfoque, o atleta estava ou não impedido.

Para mim, é muito importante ouvir suas opiniões!

Fonte: Blog do Gaciba - GloboEsporte.com