A temporada do Vasco está em xeque após a saída de Cristóvão Borges. Atletas e diretoria foram alvos de vaias durante a goleada por 4 a 0 para o Bahia, mas a derrota em casa resultou em mudança no comando. Em meio à crise entre técnico e torcedores, o presidente Roberto Dinamite evitou fazer comentários sobre a situação do até então comandante da equipe e o deixou exposto à pressão que ganhou força nas arquibancadas no último domingo. O desejo dos fãs deu resultado na tarde da segunda-feira com o pedido de demissão do treinador.
Antes da confirmação da queda do treinador, Dinamite ainda se escondia e evitava encarar a crise. O “sumiço” foi explicado em rápido contato com o UOL Esporte. O mandatário evitou se alongar na conversa sobre a fase do clube no Campeonato Brasileiro. Segundo o cartola, os problemas da equipe eram resolvidos internamente no Vasco.
“Não estou nada bem. Não vou falar nada. Se falar, terei que falar com todos os outros”, avisou Dinamite. Após insistência, o presidente cruzmaltino se abriu um pouco mais e explicou que a crise já havia sido contornada em São Januário.
“É uma situação interna, que foi tratada com diretores, atletas e treinador”, resumiu Dinamite. O cartola estava nas tribunas do estádio durante a derrota para o Bahia e foi alvo de vaias e ironias. A falta de contratações de peso após saída de atletas importantes na janela de transferências foi lembrada pelos torcedores. O principal pedido dos vascaínos, no entanto, era pela troca do comando técnico. Cristóvão Borges ouviu os insistentes protestos, que exigiam sua saída imediata.
E só recebeu apoio na segunda-feira. Dinamite falou sobre Cristóvão quando a decisão do treinador de deixar o Vasco já estava tomada. A iniciativa partiu do técnico, e Dinamite não conseguiu demovê-lo da ideia.
“Entendemos que o futebol vive de momentos. Acredito no que ele desenvolveu nesse período, levando o Vasco à condição de vice-campeão brasileiro e agora ao G-4 há mais de 40 rodadas. Mas no futebol, infelizmente, as pessoas não enxergam que é suficiente”, apontou o presidente.
Em São Januário – após a derrota para o Bahia –, Dinamite preferiu não se pronunciar. Tal postura do cartola costuma acontecer em fases de turbulência da equipe, como nos momentos seguintes à queda do Vasco para a segunda divisão, em 2008. Coube ao vice-presidente geral do Vasco, Antonio Peralta, demonstrar apoio ao técnico no domingo. Ele admitiu reunião entre dirigentes para discutir o resultado negativo, mas negou que o futuro de Cristóvão tenha sido discutido na conversa.
Já sem o antigo treinador, os jogadores do Vasco voltam a se encontrar com os torcedores nesta quarta-feira, às 22h. O Cruzmaltino pega o Palmeiras em duelo de equipes em crise. O clube de São Januário aparece na quarta colocação, com 39 pontos. Os visitantes brigam contra o rebaixamento e ocupam a 18ª posição, com 20.
Fonte: UOL