A falta de liderança executiva no departamento de futebol do Vasco foi preponderante no rebaixamento do time em 2008, estreia da gestão Roberto Dinamite.
Problema sanado em 2009 com a contratação de Rodrigo Caetano.
O gaúcho mapeou fraquezas e forças e "reconstruiu" a marca Vasco em onze meses.
A luta de Caetano em 2010 foi recuperar o prumo e projetar um novo modelo para o futebol do Vasco em 2011.
E fez isso, montando um elenco.
Há mais de uma década o Vasco não tinha exatamente um time competitivo.
E um elenco foi montado para 2011 com prazo de validade de dois anos.
Bastava saber administrá-lo, refinando-o, reforçando-o pontualmente a cada seis meses e projetando sua recomposição modernizando suas divisões de base.
Por isso, quando Rodrigo Caetano entregou o cargo em dezembro do ano passado, deixei claro que Roberto Dinamite estava assumindo a postura de um pateta.
O presidente do Vasco tomou para si o trabalho elaborado pelo executivo e o liberou para não ter que abrir a caixa-preta das divisões de base do clube.
Ele, Roberto Dinamite, assumiu a parceria com o empresário Pedrinho Vicençote, e seu vice de futebol, José Hamílton Mandarino, mais ligado à parceria com agente Carlos Leite, omitiu-se.
Ou seja: por seis meses, enquanto foi possível manter o trabalho de Caetano, o Vasco manteve-se de pé.
Mas sem ele o resultado previsível era este que está aí.
Portanto, culpar o técnico Cristóvão Borges, apesar de sua limitação, é varrer a poeira para debaixo do sofá: a culpa é do presidente do Vasco e de seu vice!
Roberto e Mandarino sabiam que abrir mão de Caetano, mentor e articulador do futebol, era como tirar um dos pilotis que sustentam a marquise de São Januário: a queda viria com o tempo...
O trabalho no departamento de futebol do Vasco hoje não segue filosofia nenhuma, e é todo calçado no relacionamento interpessoal de Cristóvão Borges.
Pior: a falta de um executivo para o futebol já compromete o planejamento para 2013, podendo ficar pior o que neste momento é ruim.
A saída?
O Vasco, como qualquer grande clube brasileiro, precisa de um profissional no comando executivo do futebol. Felipe Ximenes, do Coritiba, Paulo Angione, do Bahia, sei lá...
Alguém...
Alguém que poderia ser até mesmo tentar o próprio Rodrigo Caetano, que inúmeras vezes confidenciou a amigos que um dia retornará a trabalhar em São Januário.
Agora talvez não seja possível trazê-lo, em função de seu contrato com o Fluminense, mas não custa tentar.
O certo é que algo precisa ser feito que não seja demitir o técnico.
Não há mais prazo para reforçar o time, mas é possível melhorar a estrutura do futebol, adicionando capital humano.
Com sorte, salva até uma participação na Liberadores de 2013.
Em linhas gerais, é isso!
O Vasco está há um ano no G-4 porque soube reforçar sua estrutura em 2009.
E começa a cair porque abriu mão dela e não teve competência para remontá-la.
Que pena!
Fonte: Blog Futebol, Coisa & Tal... - Extra Online