Fosse em qualquer rodada do primeiro turno do Brasileirão, o duelo entre Vasco e Bahia, disputado neste domingo, às 18h30m, em São Januário, seria tratado com destacado favoritismo dos cariocas. No entanto, o cenário mudou um pouco de figura diante dos últimos fatos. A equipe de Cristóvão Borges perdeu o embalo que a manteve brigando ponto a ponto pela liderança e entra em campo com nada menos do que nove desfalques. Já o Tricolor vive sua melhor fase, com duas vitórias em três jogos, saiu da zona de rebaixamento e ostenta o status de melhor campanha da metade final da competição, ao lado de Ponte Preta e Grêmio
O remendo momentâneo que virou o Vasco traz o mistério como arma. O treinador não divulgou a escalação e se mexerá no esquema para surpreender o rival. Um detalhe é certo, porém: apesar de evitar o clima de obrigação, no clube todos sabem que a pressão pelo triunfo é latente neste momento. Com a sequência de compromissos em casa, o Vasco precisa manter a esperança de título acesa sem deixar que Flu e Atlético-MG escapem. A distância hoje é de oito pontos, e faltam 16 rodadas para acabar a temporada.
Animado, o Bahia tenta aproveitar o bom momento que vive desde a chegada do técnico Jorginho para aumentar a sequência de resultados positivos e se afastar da briga lá embaixo. Sob a batuta do novo chefe, sofreu apenas um gol - e logo nos 3 a 1 sobre o Santos. Depois, vieram dois times da parte de cima da tabela, com vitória sobre o São Paulo e empate com o Atlético-MG. Para ajudar nos atalhos do estádio, o Bahia leva três ex-cruz-maltinos: Titi, Zé Roberto e Souza.
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As escalações
Vasco: a principal dúvida é em relação à lateral esquerda. Em tese, Dieyson, que voltou aos profissionais para cobrir a ausência de Thiago Feltri, assumiria a posição do suspenso William Matheus, mas Cristóvão teme pela juventude e inatividade do garoto de 18 anos e diz que prepara outra alternativa. Como também não tem o canhoto Wendel, poderia deslocar um atacante (Eder Luis ou Barbio) para ser ala, colocando Nilton ou Eduardo Costa fixo como um terceiro zagueiro ou entrar com um desses volantes no setor. O time, com várias outras baixas, deve ser o seguinte: Fernando Prass, Jonas, Douglas, Fabrício e Dieyson (Eder Luis); Nilton, Eduardo Costa, Fellipe Bastos e Juninho; Tenorio (Eder Luis) e Alecsandro.
Bahia: Jorginho terá o retorno de dois jogadores para a partida contra o Vasco. O lateral Jussandro e o meia Mancini, desfalques na última rodada, voltaram a ficar à disposição do treinador. O camisa 6 é nome certo entre os titulares, já o meio-campista briga com Lulinha para começar a partida. O Bahia deve entrar em campo com Marcelo Lomba; Neto, Titi, Danny Morais e Jussandro; Fahel, Diones, Hélder e Zé Roberto; Lulinha (Mancini) e Souza.
Quem está fora
Vasco: a lista é longa. Dos lesionados, Auremir tem estiramento na coxa esquerda; Carlos Alberto sentiu fisgada na coxa direita; Rodolfo e Thiago Feltri estão recuperados, mas só serão aproveitados na próxima rodada; e Felipe tem fortes dores no joelho esquerdo. Dedé está com a seleção brasileira, William Matheus e Wendel estão suspensos, e Renato Silva ainda não foi regularizado após a renovação de contrato. O caso foi à Fifa.
Bahia: machucados, o lateral Ávine e o meia Gabriel desfalcam o time. Ainda em recuperação de um problema muscular, Coelho também está fora da partida contra o Vasco.
Pendurados
Vasco: Alecsandro, Carlos Alberto, Fabrício, Felipe, Jonas e William Barbio.
Bahia: Fahel, Gabriel, Kleberson e Souza.
O árbitro
Raphael Claus (SP) apita a partida, auxiliado por Roberto Braatz (Fifa/PR) e Danilo Ricardo Simon Manis (SP). Raphael Claus arbitrou cinco jogos no Brasileirão, marcou 184 faltas (média de 36,8 por jogo), aplicou 26 amarelos (média de 5,2 por jogo), nenhum vermelho e dois pênaltis (média de 0,4 por jogo). O campeonato tem média de 4,9 amarelos, 0,28 vermelho, 36,5 faltas e 0,23 pênalti. O árbitro apitou um jogo dos baianos na Série A deste ano: Botafogo 3 x 0 Bahia, pela oitava rodada.
Fique de olho
Vasco: cada vez com mais ritmo de jogo, após a cirurgia que fez no tendão de Aquiles, Tenorio é aposta para demolir a defesa do Bahia com sua força ofensiva. Nos treinamentos, sempre mostra muita participação e vontade de se destacar. Mesmo que entre no segundo tempo, já que se desgastou muito tendo que atuar por 90 minutos contra o Náutico, o equatoriano é uma atração para a torcida e já está virando xodó.
Bahia: o volante Fahel é uma das referências do Bahia. O jogador desponta como o homem de confiança de Jorginho, principalmente na cobertura dos laterais e primeiro combate aos atacantes e meias adversários. Além de defender, o camisa 5 também aparece com frequência no ataque. Já foram três gols marcados na Série A deste ano, contra Sport, Atlético-MG e Grêmio.
O que eles disseram
Cristóvão Borges, técnico do Vasco: "Na prática, isso (obrigação de vencer) não se confirma. Tudo bem que é em casa, mas o campeonato ensina a cada rodada que é difícil demais e lhe dá exemplos. Durante esse período no futebol, a gente aprende muito. Está todo mundo se corrigindo, basta ver a mudança nos resultados. O Bahia não era tão regular, e os últimos jogos foram excelentes. É uma equipe que se torna perigosa quando encaixa o contra-ataque e já tirou pontos de muitos fora de casa. Vamos controlar a ansiedade para jogarmos nosso futebol"
Marcelo Lomba, goleiro do Bahia: “Temos que ter muita atenção com o Juninho. Ele é um ótimo batedor de faltas. Ainda tem o Felipe, que é o maestro do time. Vamos esperar para ver o que o Jorginho vai falar com a gente, mas toda a atenção é pouca”.
Números e curiosidades
* Quem tem vantagem? Confira o histórico do confronto na Futpédia.
* Carrasco dos cariocas no Brasileiro de 2011, quando venceu três jogos, empatou quatro e perdeu só um, neste ano a situação mudou. Em quatro partidas, o time acumula quatro derrotas. Nesta temporada, o Vasco só perdeu dois jogos em São Januário, para Nacional (na Libertadores) e Cruzeiro.
* A última vitória do Bahia sobre o Vasco foi pela Série B do Brasileirão em 2009, por 2 a 1, em Salvador. No Rio de Janeiro, as equipes já se enfrentaram 19 vezes, com cinco triunfos para cada lado e nove empates. Portanto, muito equilíbrio. Mas na capital carioca o Bahia não ganha do adversário desde 2001, quando fez 1 a 0 nos acréscimos.
* Empate sem gol é o resultado que mais se repetiu na história do confronto em Brasileiros. Sete dos 32 jogos terminaram com o placar em branco. O último 0 a 0, porém, foi há 18 anos. No geral do duelo, são 23 vitórias do Vasco, 16 empates e 20 triunfos tricolores.
Último confronto
Vasco e Bahia se enfrentaram pela última vez no dia 10 de junho, em Pituaçu, pela quarta rodada do primeiro turno do Brasileirão. E mesmo fora de casa o time carioca saiu vencedor e manteve na época 100% de aproveitamento. Juninho, de falta, e Diego Souza, em um golaço por cobertura, abriram o placar. No fim do jogo, Júnior descontou.
Fonte: GloboEsporte.com