O Tribunal do Júri da Comarca de Niterói condenou, nesta quarta-feira, Marlon Cesar Soares Alvarenga, conhecido como Touché, líder da Torcida Jovem do Flamengo, a 18 anos de reclusão, inicialmente fechado, por seis tentativas de homicídio qualificado e por quadrilha armada. Os crimes foram cometidos contra torcedores de uma facção do Vasco, em briga na Praça do Barreto, em Niterói, antes da final da Taça Rio de 2011, em maio daquele ano.
Marlon, durante o combate, utilizou arma de fogo e foi preso apenas cinco dias depois da confusão, no dia 6 de maio, quando se apresentou no 78º Departamento de Polícia, em Fonseca, Niterói, mesma delegacia na qual foram encaminhados os envolvidos no conflito. O confronto resultou em dez baleados e 102 torcedores acabaram detidos.
Os outros dois réus que faziam parte do processo, Rafael Coutinho Azarit e Raphael de Souza, foram absolvidos pelo primeiro crime (tentativa de homicídio), mas foram condenados quanto ao segundo delito (quadrilha armada). Porém, como são primários, o Ministério Público irá rever o processo para formular a proposta de suspensão do mesmo.
Na sentença, o juiz Peterson Barroso Simão, presidente do Júri, considerou que Marlon tinha consciência da tragédia que estava fomentando e lembrou que, em pouco tempo, o Brasil sediará importantes eventos esportivos.
- Considerando que o esporte existe para dar alegria e felicidade às pessoas, e não para fomentar tragédias, com confronto de torcidas rivais, ele poderia ter agido de outra forma e não o fez, tendo ciência inequívoca de sua ilicitude. Com o dolo específico, não encontrou limites para agir contra as pessoas e a sociedade, mesmo que em praça pública e em plena luz do dia. Mau exemplo deixado ao país que no futuro próximo sediará a Copa do Mundo e Olimpíadas - declarou, via assessoria de imprensa.
Fonte: Lancenet