Blanco diz que Vasco estuda estratégia para tornar setor premium atrativo

Espaço moderno, confortável e com mordomias para os torcedores. Assim é a área vip de São Januário, localizada atrás de um dos gols do estádio e que completa um ano de inauguração no próximo dia 29. A data poderia ser festejada, mas o insucesso do projeto até o momento exige mudanças para “salvar” o setor e alavancar os lucros do clube. A aposta está em um parceiro para gerir o local e na exploração dos 34 camarotes da Colina histórica.

Com capacidade para 1.700 torcedores, o Setor Premium FutebolCard foi reformado sem custos para o Cruzmaltino. Responsável pelo projeto, a empresa OutPlan construiu um espaço seguindo o modelo dos clubes europeus. No entanto, o alto valor do ingresso – R$ 120 em média, sócios têm 50% de desconto – é um dos problemas para a frequência. Costumeiramente, São Januário tem sociais e arquibancadas com grande público, enquanto a área vip fica vazia. A média raramente passa de 400 torcedores no setor por jogo.

Ciente das dificuldades, a diretoria do Vasco busca um parceiro para gerir o espaço. Este daria nome ao setor e seria o responsável por alavancar os atrativos e vendas. A ideia é colocar em prática o que foi pensado no início: pacotes turísticos e planos corporativos. Diretor executivo de marketing do clube, Marcos Blanco admitiu os problemas, mas mostrou otimismo com a resolução.

“Estamos definindo uma nova estratégia para fazer do setor algo mais atrativo. Ele foi feito com um parceiro do clube e trouxemos uma receita nova. Ali era uma extensão da arquibancada e existe um conforto. Aquela parte só ficava vazia anteriormente. O conceito agora é trabalhar o mercado corporativo, que o espaço seja assinado por uma empresa. Precisamos também ampliar a questão dos pacotes turísticos”, explicou o dirigente.

Uma das alegações dos sócios cruzmaltinos e torcedores para frequentarem pouco o setor está em sua localização. Na contra mão de outros estádios, a área vip de São Januário fica atrás de um dos gols, o que faz a visão não ser tão privilegiada assim na opinião dos frequentadores.

“O estádio tem limitações. Não é fácil fazer um espaço assim em outro lugar. A parte interna de São Januário é antiga, existem os banheiros. Mas o lugar é bom. Temos um lounge, a torcida entra separada e tem conforto. Em um estádio mais moderno poderíamos pensar até em outra situação, mas São Januário é desse jeito”, comentou Marcos Blanco.

Enquanto a área vip tenta se firmar no coração dos torcedores, o Gigante da Colina aproveita os 34 camarotes reformados pela mesma empresa para obter lucro. O clube costuma vender 80% deles por jogo. Como o trajeto até os camarotes envolve a passagem pelo setor vip, o departamento de marketing pretende alavancá-lo junto aos compradores do espaço. Por mais que esteja longe do ideal financeiro, a diretoria faz questão de assegurar que o local possui um lucro razoável.

“As pessoas vão renovando os camarotes. O Vasco está conseguindo boas receitas ali. Anteriormente, não ganharíamos dinheiro. Quando o estádio está cheio a frequência aumenta na área vip também. É um suporte importante para todos os compradores de camarotes. Temos bares, banheiros, espaço para crianças, tudo exclusivo. Temos a média de mais R$ 20 gastos por cada torcedor que passa no local. Eles compram lanches, camisas e nos ajudam a configurar a melhor forma de acertar as coisas”, encerrou Marcos Blanco.

A área vip de São Januário conta com hall decorado, painéis com fotos históricas, banheiros exclusivos, lojas, bares, transmissão dos jogos, entrada exclusiva, assento marcado, serviços diferenciados, compra de ingressos pela internet, além de acessibilidade aos portadores de deficiência.