Cinco jogos sem vitória e apenas um triunfo nos últimos oito compromissos. A queda de rendimento do Vasco no Campeonato Brasileiro causa apreensão nos bastidores e uma pressão considerável de líderes de torcida, conselheiros e dirigentes para mudanças no departamento de futebol. O diretor Daniel Freitas é o principal alvo dos questionamentos direcionados ao presidente Roberto Dinamite. Sem reposições à altura durante a janela de transferências, o trabalho do cartola tem sido avaliado com frequência e modificações podem ocorrer caso o time não reencontre o rumo na competição nacional.
Segundo o UOL Esporte apurou, uma reunião foi realizada na última terça-feira para a avaliação do departamento de futebol e possibilidade de alterações na pasta. O encontro contou com as participações do presidente Roberto Dinamite, vice de futebol José Hamilton Mandarino, vice-presidente geral Antonio Peralta e vice de finanças Nelson Rocha. Os dirigentes discutiam possibilidades contra o momento delicado enquanto a delegação estava em Porto Alegre para a partida contra o Grêmio.
Indo contra o fato comum no futebol quando os resultados não acontecem, a pressão ainda não atingiu o técnico Cristóvão Borges. Com isso, Daniel Freitas se tornou o alvo das correntes políticas. A principal reclamação envolve as vendas de Diego Souza - cujo dinheiro nem sequer foi recebido -, Fagner, Romulo e Allan. O Cruzmaltino contratou Wendel, Jonas, Auremir e William Matheus. Para conselheiros e dirigentes não houve reposição à altura, motivo que causou a queda da equipe na tabela e pelo qual o diretor de futebol tem sido diretamente responsabilizado.
Na noite da última quarta-feira, a ASTOVAS (Associação de Torcedores do Club de Regatas Vasco da Gama) divulgou carta aberta criticando a condução de Dinamite no momento do Gigante da Colina e cobrando a contratação de um novo profissional para gerenciar o departamento de futebol. O mandatário amenizou as críticas, mas deixou claro que as vitórias são fundamentais para passar tranquilidade e dar segurança ao diretor de futebol.
“Ninguém veio falar comigo sobre pressão em relação ao Daniel. Sei que as pessoas dizem coisas, avaliam, mas essa situação é agravada pelo momento difícil. Temos conversado bastante sobre isso. Pode ser que exista insatisfação de alguns conselheiros. As pessoas têm o direito de externar, mas tudo no Vasco é feito com calma. Vamos buscar sempre o melhor caminho. A situação só vai ficar tranquila para os envolvidos com vitórias. Espero que seja já no sábado [o Vasco enfrenta a Portuguesa, às 21h, em São Januário]. Esse é o caminho. A responsabilidade passa pelo Daniel, jogadores, comissão técnica, todo mundo”, afirmou.
Procurado pela reportagem, Daniel Freitas foi solícito e não se esquivou de responder sobre o momento delicado e uma possível “fritura” sofrida nos bastidores da Colina histórica. “Isso é normal. Estou em um cargo no qual a cobrança é maior. Não me incomoda. Assumi o desafio e sabia o que teria pela frente. Quando alguns resultados deixam de acontecer a pressão aumenta ainda mais. Faço o meu trabalho de acordo com as condições do clube”, disse.
Questionado se teme “pagar a conta” em caso de novos tropeços do time, Daniel Freitas assegurou que está tranquilo em cima da avaliação realizada. O diretor de futebol recordou algumas dificuldades desde que foi efetivado no cargo após a saída de Rodrigo Caetano.
“Não tenho o receio de pagar a conta. O futebol funciona dessa forma. Desde que assumi sei que não sou unanimidade, mas tenho trabalhado duro para conseguir os melhores resultados. A avaliação do meu trabalho tem que ser feita pelo presidente e o vice de futebol. O fato de ter pessoas criticando e pressionando com frequência se torna normal em um clube grande. Mas só pode falar quem acompanha o dia a dia. Estou tranquilo em relação a qualquer decisão que possa ser tomada, mas o importante no momento é o Vasco retomar o rumo das vitórias”, encerrou.
Fonte: UOL