Criado esta semana, o Núcleo de Combate e Prevenção às Ações de Organizadas no Rio é mais uma tentativa de acabar com um problema que parece sem solução: a violência das torcidas.
Medidas para tentar extinguir a violência das facções brasileiras se multiplicam, suspensões de torcidas estão até se tornando mais comum, mas as soluções estão longe do efeito prático, diferentemente do que acontece no exterior.
O problema maior é que as sanções não estão sendo aplicadas individualmente, apenas nas torcidas coletivamente. Na maioria dos casos, o baderneiro segue entrando nos estádios com outras camisetas.
O instrumento adotado na Inglaterra, por exemplo, de obrigar os infratores a se apresentarem à polícia em horários de jogos, ou é pouco aplicado pelos juízes ou é descumprido pelos infratores - como registrado em Porto Alegre, onde torcedores que deveriam estar nas delegacias já foram flagrados no Olímpico e no Beira-Rio.
As punições diretas ao infratores estão previstas nos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), assinados entre os Ministérios Públicos e torcidas pelo Brasil, mas muitas têm ignorado as regras. No Rio, a manobra mais recente - além do gancho à Torcida Jovem do Flamengo - foi a criação do Núcleo que se reuniu pela primeira vez nesta quarta-feira. A Polícia Civil pediu às facções o cadastro dos membros.
Uma das reclamações de promotores é a ausência do sistema de identificação biométrica dos torcedores, que seria implantado através do programa Torcida Legal, do Ministério do Esporte.
- Não tivemos o projeto de identificação do Ministério do Esporte. Houve um atraso na transição de ministros e ainda estamos aguardando - contou, ao LANCE!, o promotor de Goiás Murilo Morais, repetindo a crítica do colega carioca Pedro Rubin, feita no anúncio da punição a facção do Flamengo.
O Ministério, por sua vez, disse que "não tem obrigação legal de criar o cadastro" e sim "facilitar".
Fonte: Lancenet