Hoje no Grêmio, Souza lembra queda e diz que experientes atrapalharam

Quarta-feira, 29/08/2012 - 11:47

“Josef? Isso é nome que se coloque em pobre?”. A brincadeira é do próprio Josef de Souza Dias, de 23 anos, ex-jogador do Vasco, atual titular absoluto do Grêmio, adversário de hoje do time carioca que acabou de ser ultrapassado pelos gaúchos. É de maneira espontânea que o ex-cabeça de área com nome de ditador russo comenta as perdas recentes do Vasco, os problemas que culminaram no rebaixamento e a nova fase no futebol do Rio Grande do Sul.

A lembrança de “cada canto” em São Januário ainda permanece viva. Souza lembra com carinho do primeiro técnico, seu Zeíca, que faleceu em 2010, mas também lamenta toda turbulência que o clube viveu e que culminou no rebaixamento de 2008. Para ele, o momento mais triste vivido no clube que lhe abriu as portas com 11 anos e onde viveu até os 18.

Como é enfrentar o Vasco pela primeira vez?

É uma sensação estranha, claro. Morei na concentração durante 12 anos. A minha afinidade e identificação com o clube, que me deu oportunidade no futebol, e com a torcida é enorme. No primeiro turno, fui poupado, mas depois passei no vestiário, brinquei e reencontrei todo mundo.

Está na moda não comemorar gol contra ex-time. Já pensou se vai comemorar?

Se fosse em São Januário, possivelmente não comemoraria. Mas depende do momento. Tenho todo respeito, gratidão pelo Vasco, mas comemorar de forma tranquila não tem problema. Ainda mais diante da minha torcida.

Quando saiu o Vasco se reerguia. Hoje, apesar da fase atual, voltou a ser uma força. Que avaliação você faz?

O Vasco cresceu muito desde que saí. Acompanhei todo ano de 2011, torci pelo título da Copa do Brasil. Hoje, está sempre brigando por título e tem jogadores experientes e vencedores, como Juninho, Felipe, Eder Luis, Alecsandro, os novos que vêm se destacando, como o Dedé. É outra coisa.

A sua geração, com Alex Teixeira e Allan Kardec, era muito promissora, mas não ficou muito tempo...

Fui o último a subir de nós três, em 2008. Era ano de transição política, além disso, os jogadores mais experientes que poderiam ajudar, pelo contrário, atrapalhavam. Quebrei o pé, não joguei mais e acabou que foi tudo muito triste. Mas depois fomos nós mesmos que fizemos de tudo para que subisse em 2009.

Refere-se a Edmundo?

Não quero desvalorizar quem já fez tanto pelo clube, mas realmente atrapalhava, porque os mais novos tinham a pressão externa, da torcida, e ainda teve essa, interna, dos experientes, que davam declarações na imprensa que repercutiam mal. Foi acúmulo de erros, inclusive pela briga política.

O Vasco te procurou para voltar antes do Grêmio?

Não que eu saiba. Apenas avisei meu empresário que queria voltar e ele já veio, pouco depois, com o Grêmio. Fui feliz em Portugal, ganhei quatro títulos em um ano, mas queria jogar no país de novo, que está crescendo com grandes jogadores. Agora, quero ficar. Tem multa de 10 milhões de euros, mas já estamos vendo como continuar.

E o jogo desta noite?

Com a saída de alguns jogadores é notório que o Vasco ficou um pouco fragilizado. Mas a renovação pode ser boa, porque tem gente que quer mostrar serviço, tem o Carlos Alberto, que para mim é um jogador raro, de força e habilidade. Mas só de não ter a bola parada do Juninho já facilita.



Fonte: Extra online