Daniel Freitas defende Cristóvão, que tenta melhorar desempenho do time
Está nas mãos de Cristovão Borges a história do Vasco e a dele próprio neste Brasileirão. Em meio ao período de maior pressão desde que substituiu Ricardo Gomes, o treinador comanda o Gigante da Colina esta quarta-feira, às 22h, no Olímpico, contra o Grêmio, com a cobrança por um resultado que possa deixar sua vida um pouco mais tranquila em São Januário. Acompanhe a partida em tempo real pelo LANCENET!
Contestado pelos torcedores por causa de escalações e substituições, o treinador já possui dentro de São Januário um eco insistente de conselheiros que são contrários ao trabalho dele. O jejum de quatro jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro apenas deixou a insatisfação mais latente. Por enquanto, isso não tem contaminado a diretoria. O diretor de futebol, Daniel Freitas, é o primeiro a defender Cristovão.
– Quem trabalha com futebol sabe que todos serão criticados. Nunca haverá uma unanimidade. Temos de estar preparados para isso e tenho certeza de que Cristovão irá reencontrar uma maneira para o Vasco ser vencedor – afirmou.
Os jogadores também já saíram em defesa do técnico quando ele foi vítima das vaias da torcida. Entretanto, recentemente, Cristovão Borges teve de lidar publicamente com as críticas de dois expoentes do elenco. Enquanto Felipe já explicitou a insatisfação com o fato de ser reserva e entrar pouco nas partidas, Juninho Pernambucano, no último sábado, reclamou da falta de manifestações do técnico diante de falhas de arbitragem prejudiciais ao Vasco.
Nada disso, aparentemente, mexe com a tranquilidade do treinador. Pelo contrário. Se antes, em algumas oportunidades, Cristovão deixou transparecer cansaço com as críticas, colocando o futuro na Colina em aberto, nesta quarta-feira o técnico parece pensar diferentemente. Sondagens de clubes do Oriente Médio foram rechaçadas em prol do desejo de seguir em São Januário em um período que espera ser diferente do atual.
– A diretoria está trabalhando muito para resolver os problemas que vieram de períodos passados. Sinto isso perto de acontecer e, por isso, quero permanecer. Quero estar aqui para ter um Vasco mais forte e competitivo – destacou.
Para que isso aconteça, antes de qualquer coisa, o Vasco de Cristovão precisa voltar a ganhar. Que seja esta quarta-feira, antes que seja tarde demais.
Os turnos de Cristovão Borges
Ricardo Gomes: conversas informais
Ainda se recuperando do acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu em agosto do ano passado, o técnico Ricardo Gomes mantém uma rotina de contatos com a diretoria e a comissão técnica vascaína. No entanto, tudo em um caráter informal. Como ainda não está 100% apto a voltar a sua rotina de trabalho, ele preferiu não debater um novo contrato com o clube da Colina.
– Posso dizer que não tivemos uma conversa oficial. Ele faz parte do nosso dia a dia, mas nunca paramos para conversar sobre esta questão – declarou o diretor de futebol Daniel Freitas.
De todos os funcionários do Vasco, Cristovão Borges é a pessoa com a qual Ricardo Gomes mantém mais contato. Apesar de conversarem sobre futebol, o atual treinador, que era seu auxiliar, garante que não há pitacos sobre o time ou a escalação.
Em etapa final de recuperação, Ricardo Gomes projeta voltar ao trabalho ano que vem.
Aproveitamento este ano é melhor
Ao que mudou do fim do segundo turno passado, quando Cristovão Borges terminou o Campeonato Brasileiro cheio de moral, eleito o melhor técnico do país, para agora? Surpreendentemente ou não, baseado apenas na campanha obtida até o momento, era para o ex-auxiliar de Ricardo Gomes estar ainda mais em alta.
Na segunda parte da competição do ano passado, o Vasco obteve 59,6% de aproveitamento de pontos. Nesta quarta-feira, sob pressão depois da queda de rendimento do time nas últimas partidas, o treinador conseguiu levar o Cruz-Maltino a uma campanha superior, com aproveitamento de 61,4%.
A diferença é que os números da última edição foram suficientes para levar o Vasco até a segunda colocação, a apenas dois pontos de tirar o título brasileiro do Corinthians. Já este ano, o aproveitamento vascaíno o deixa distante demais dos primeiros colocados e coloca até mesmo a conquista da vaga na Copa Santander Libertadores ameaçada.
Para se ter uma ideia, os líderes Atlético-MG e Fluminense possuem, respectivamente, aproveitamento de 79,6% e 73,6%.
Cristovão Borges - Em entrevista coletiva
Como foi assumir a equipe logo após o AVC de Ricardo Gomes?
Da maneira que aconteceu, foi difícil para todos nós. Estávamos em estado de choque, mas não poderíamos parar. Vínhamos do título da Copa do Brasil. Eu tive que me superar. A constatação foi a de que superei limites que jamais imaginei e cada ultrapassada dessa me fortalecia. Foi uma tarefa árdua e acho que correspondi bem.
Como o treinador encara as vaias que a torcida direciona a você?
Para comandar uma equipe dessa, tem que se tomar atitudes. Eu tomei algumas que eram em relação a grandes ídolos. Acho que por eu ter vindo como assistente, pode ter parecido para alguns uma certa audácia. “O cara veio de assistente e quer mexer nisso e naquilo?”. Porém, tive a felicidade de acertar mais do que errar. Se eu não tivesse me colocado, com certeza não estaria aqui.
Se o Ricardo Gomes voltar em 2013, como ficará seu futuro?
Essa é uma pergunta dura para responder, porque a situação dele não tem uma data marcada. Se o Ricardo voltar em janeiro, desta quarta-feira até o fim da temporada muita coisa pode acontecer. Podemos resolver isso de diversas formas, é uma questão difícil de responder.
Fonte: Lancenet