Cristóvão repassa 1 ano como técnico: 'Eu me superei e sei disso'

Terça-feira, 28/08/2012 - 14:27

No momento em que Ricardo Gomes deixava o Engenhão numa âmbulância após sofrer um acidente vascular cerebral, Cristóvão Borges começava a sua luta pela sobrevivência profissional. Diferentemente do treinador do Vasco, que passou a travar uma dura e bem-sucedida luta pela vida, o então auxiliar assumiu a carreira de comandante efetivo da equipe cruz-maltina. Tudo isso aconteceu em 28 de agosto de 2011, e um ano depois, ele mostra que as coisas correram da melhor forma possível. Para aumentar a satisfação, Ricardo venceu sua batalha e já pensa na volta ao trabalho em 2013.

Cristóvão está muito longe da tranquilidade. Mas firmou-se como um treinador de fato, mantendo o Vasco num alto nível de competitividade. Ele admite que sua vida mudou completamente em apenas um ano. Ficaram mais raras as aparições para o futevôlei com os amigos na praia do Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro. O cinema e os shows em família foram muitas vezes vencidos pelo cansaço. As saídas, antes anônimas, agora são marcadas pelo assédio. Nos estádios, chegou ao fim o tempo da tranquilidade de observar um jogo da cabine. À beira do campo, os aplausos convivem com os xingamentos da torcida e até mesmo com as "cornetadas" do filho vascaíno.

Mas ele não reclama. Em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, garante estar orgulhoso da ascensão meteórica desde agosto do ano passado e se diz pronto para lidar com a fase atual, uma das mais complicadas desde que assumiu o comando do Vasco. Em seus planos estão a permanência em São Januário e a certeza de que vai celebrar uma nova conquista, agora como treinador principal. E usa a convivência de 30 anos no mundo da música para falar da expectativa de levantar a taça:

- Essa conquista vai acontecer e eu quero tocar nessa banda - disse ele, que comandou o Vasco em 74 partidas, com 40 vitórias, 17 empates e 17 derrotas (61,7% de aproveitamento).

Embora certo de que vai caminhar com as próprias pernas, Cristóvão não esconde o desejo de reviver a dupla com seu amigo, com quem mantém uma forte ligação, mas exclusivamente no plano pessoal.

- O futebol precisa do Ricardo Gomes.


Já parou para pensar de que forma sua vida mudou nesse período de um ano? Quais são os pontos altos do seu trabalho e as dificuldades?

- Ainda não parei para fazer uma reflexão completa. Mas quando me vejo pensando nisso, volto lá no início. Foi um momento triste, pesado. Quando chego aqui e me vejo completar um ano, é algo que me dá orgulho. Eu me superei e sei disso. No começo tudo era difícil, complicado. Não se imaginava, e nem eu, que pudesse seguir em frente e que o desempenho fosse ser mantido nesse nível. O saldo é altamente positivo, e isso se deve a um monte de fatores: apoio da diretoria, união entre time e torcida, trabalho com a comissão técnica, e o grupo de jogadores, que é meu maior orgulho. Esses caras são demais. Vivemos muitas dificuldades no dia a dia. Sabemos o que a diretoria sofre por causa do pagamento de dívidas antigas, e isso interfere em tudo.

Em que momento você sentiu que houve uma mudança de interino para técnico efetivo do Vasco?

- Ninguém me passou isso oficialmente, mas esse sentimento de quem acompanha de fora e observa é o mesmo que o meu. A função de interino é para dar um tempo até se arrumar uma solução. À medida que o tempo foi passando, a regularidade continuou num momento difícil, com Brasileiro e Sul-Americana. O Vasco manteve um ritmo alucinante, que foi inacreditável. Eu me sentia efetivo, porque estava sustentando algo muito difícil. A expectativa de todos era grande, mas ninguém apostava que aquele cara daria certo. Era natural pensar assim. Afinal, não sabiam quem eu era. Fui sentindo, e quando acabou a temporada daquela maneira, aí sim tudo se confirmou. Não somente pelo contrato assinado e renovado, mas por ter terminado o ano com a possibilidade de ser campeão. Ali foi a confirmação.

Depois de muito tempo trabalhando em parceria, foi difícil trilhar um caminho diferente do Ricardo Gomes? Chegaram a conversar sobre isso?

- Difícil, não. Foi diferente, pelos anos todos em que trabalhamos juntos e pelas circunstâncias em que assumi. Anteriormente, poucas vezes tive de substituí-lo. Lembro que numa ocasião e ele me disse: "Faz do seu jeito". Ele defende essa tese e eu concordo que tem de ser assim. Quando ele estava no hospital e já podia conversar, nós não falávamos sobre tática ou escalação. Ele diz que quem não está no dia a dia não pode dar palpite. Assim ele é, assim ele faz. Até hoje o Ricardo nunca soube o time que vai jogar. Ele não se interessa. Depois das partidas nós conversávamos, mas nem faz parte da nossa relação tirar qualquer dúvida. Logo que ele saiu do CTI e foi para o quarto, uma vez tirei o campinho da mochila e disse: "Vamos trabalhar!". E ele respondeu: "Não, não... Minha vida está muito boa" (risos).

Imaginou que ficaria tanto tempo no comando do Vasco e conseguindo manter a equipe nesse nível?

- Nada, nada, nada, não fazia ideia, jamais pensei nisso ou vislumbrei qualquer coisa parecida. Não tinha como. Foi uma situação de emergência, e no meio dela vi que o Ricardo demoraria a voltar e que eu ficaria mais um tempo. Procurei manter o que ele vinha fazendo até então. Era um grupo forte, de caráter forte e aí tive de me mostrar. Era a oportunidade que eu tinha para seguir. E fui fazendo, mas não parava para pensar e não imaginava. Queria resolver aquelas coisas. No começo foi duro, pesado, era uma responsabilidade grande. O Vasco é um clube de expressão, com muita cobrança, muita pressão. Não esperava em momento algum passar por aquilo. E hoje, sim, eu paro para olhar e digo que tenho muito orgulho desse trabalho que fiz e que todos fizeram comigo. Porque eu me superei em todos os sentidos.

Que tipo de mudança sua rotina sofreu desde que assumiu o comando do Vasco?

- Sempre quis me preparar bem para ser capaz quando tivesse a oportunidade. Eu sou assim: quero aprender o tempo inteiro. Sabia da diferença que a minha vida sofreria. Hoje vejo um monte de treinadores que jogaram comigo, como o Cuca e o Bonamigo. Eu acompanho esses caras. Estou há 30 anos no futebol e sei como é estressante essa vida. O futebol leva a saúde dos caras, o processo de envelhecimento é grande, e eu não queria isso, não. Nunca foi algo que pensei ser meu maior desejo. Uma das coisas em que mais investi na minha vida esportiva foi a condição de ter uma boa qualidade de vida. E hoje essa qualidade caiu bastante. Passei a tomar muitos cuidados com a saúde, porque é altamente desgastante e acho muitas vezes desumano. Não somente pelo que aconteceu com Ricardo. Tem a rotina, a cobrança... Não é reclamação, é constatação. Tem alguma coisa errada? Quem é o treinador? A culpa é dele. É algo cultural e eu acho desumano, injusto. Mas é assim. Outra coisa: para mim, todo treinador ganha pouco.

Mas também existe o lado bom, não?

- Ao mesmo tempo é fascinante, um prazer. É como ter um filho: você cria algo, trabalha para ver dar resultado e no fim consegue fazer aquilo ser realizado. Isso é demais em qualquer profissão. E com o treinador é desgaste quarta, domingo... É muita coisa, e precisa dar resultado. Mas agora já faz um tempo que sei que é o que eu quero. Não tem volta, não.

Sente saudade da vida que levava anteriormente? Entre o lado bom e ruim da fama, o saldo é positivo?

- Agora é diferente, mas não é ruim. A exposição é absurda. Em qualquer lugar que vou, sou reconhecido. Eu adorava ficar na minha, tranquilo. Agora não é assim, mas não reclamo. Isso tem um preço e eu paguei vários. Sou treinador, com muita responsabilidade, e respondo por muitas coisas. Tenho de colocar minhas ideias e pôr em prática aquilo em que eu acredito.

Você continua com os mesmos hábitos dos tempos de auxiliar ou deixou de fazer alguma atividade nos tempos livres?

- Presto atenção para fazer o máximo de coisas que eu sempre fiz. Jogo futevôlei sempre que tenho meu tempo livre. Na folga, estou lá na minha rede no Leblon. E, quando alguém vem falar de futebol no meu descanso, meus amigos já mudam de assunto. Gosto muito de praia e de exercício, e eu preciso disso. Faço musculação no clube quando não estou esgotado. Fora isso, adoro cinema, restaurantes e shows. Amo música.

Sua esposa é empresária de Zeca Pagodinho. Você sempre conviveu com artistas da música. Acha importante circular num meio que não é o do futebol?

- Já convivi muito com essas pessoas. São 30 anos já. Ela foi empresária de nomes como Cidade Negra, O Rappa, Lenine... Aí a gente acaba convivendo com eles. Sou muito próximo do Luiz Melodia. Gabriel Pensador é padrinho do meu filho e eu sou padrinho do filho dele. Isso é bom para poder desligar. Por isso faço questão. Tem de ter isso, ou então fica pesado demais.

Como é desenvolver um trabalho tendo de lidar com os ídolos Juninho e Felipe e o que eles representam para a torcida?

- Chega o momento em que você tem de substituir um ídolo num jogo. Fazer o torcedor compreender isso é quase impossível, imagina nesse meu início. Para ele é incompreensível. Aí eu sou visto como arrogante, pedante e abusado. Na compreensão de alguns, é isso. Essa é uma parte delicada e difícil para mim. Mas são essas coisas que me deixam feliz. Sei que o mais experiente dos experientes treinadores teria problemas para resolver isso, e eu acho que até então resolvi bem. Consegui fazer com que eles jogassem, convivessem e nós seguíssemos trabalhando juntos.

Você sempre fala de sua proximidade com Felipe, mas o jogador já reclamou do treinador publicamente algumas vezes. É uma relação de amor e ódio?

- É por aí. Ele não sabe lidar com essa relação, com o sentimento, e ao mesmo tempo acha que tem de jogar sempre, que não pode sair. Esse não é o pensamento só dele, mas de todos os jogadores. Eu até estimulo a competição para o grupo crescer. Mas esperar o reconhecimento quando o atleta tem de aguardar a sua vez é zero. Nesse momento tem as reclamações também e tem o momento do jogo. Tenho de fazer coisas boas e ruins o tempo todo. Errei muitas vezes, mas minha conta é grande e cabe tudo. Qualquer coisa, pode colocar no meu baú (risos). Sou mais velho também, posso ser pai do Felipe. Acho que seria quebra de hierarquia se interferisse no trabalho e na obediência das coisas que eu quero. Há questões internas, mas não só com o Felipe. Com outros também. Já tive desavenças e brigas com alguns jogadores, e tudo tem de ser resolvido cara a cara. Mas nada que tenha interferido no andamento do dia a dia.

Nunca pensou em escalá-lo como uma espécie de ponta pela direita, como ele atuou no Flamengo em 2004?

- Isso já faz oito anos, e ele já não tinha 18 durante esse período no Flamengo. Antigamente, ele aplicava o drible, tirava o marcador e o deixava para trás. Agora, ele dribla, passa e depois o marcador pode estar lá de novo.

Pela sua personalidade, fica difícil imaginar, mas já levantou a voz numa discussão com algum jogador?

- Tem muita gente que faz as coisas para todo mundo ver. Eu acho desnecessário. Sou direto, cara a cara ,e já houve alterações, sim. No treino e no intervalo de algumas partidas.

O Vasco vive um momento de queda. Você tem em mente quais os motivos?

- Não é o desgaste, pois o time está muito bem fisicamente. Ganhamos alguns jogos em circunstâncias complicadas. É uma série de fatores: adversários dificílimos, como Corinthians, Atlético-MG, Flamengo e Fluminense. Anteriormente a isso, veio uma fase de equilíbrio, sem sofrer gols em vários jogos. Mas ultimamente os gols marcados diminuíram também. O time voltou a tomar gols e a dificuldade em marcar se manteve. Além disso, começamos a perder jogadores. O Eder Luis não vinha em bom momento, mas é um jogador importantíssimo. Qualquer rival se preocupa com o nosso lado direito por causa ele. O Tenorio estava voltando, vindo em uma série boa, mas sentiu de novo. Agora, está de volta. Isso veio junto das dificuldades naturais e coincidiu com esse período ruim.

Até que ponto a saída de jogadores negociados influenciou?

- A diretoria está trabalhando muito. Mas temos consciência da nossa realidade, que é a das dívidas antigas a serem pagas. Quando o Vasco estava na Segunda Divisão não tinha capacidade econômica nenhuma. Foram feitas parcerias que comprometeram o clube durante o período, mas se faziam necessárias para montar um time forte que pudesse voltar à Série A. Quando começou a melhorar, mais ou menos na época em que a gente chegou ao clube, essas parcerias e o pagamento das dívidas continuaram. Muitos jogadores foram negociados sem que o Vasco tivesse direito a quase nada. Ainda assim, a diretoria busca melhoras para a estrutura. Agora vamos poder treinar no CFZ. Mas tudo custa tempo, e o Vasco fica refém disso. Os jogadores são de uma entrega total mesmo com atraso o tempo inteiro. Quisemos contratar muitos que na hora de barganhar economicamente, não tínhamos como bancar. Foi problemático. Estamos pagando um pouco com a perda desses jogadores porque é recente. A perda veio em um momento duro. Todos sabem a realidade. Não sei quanto tempo vai demorar para a capacidade de investimento poder acompanhar o ganho de terreno que o Vasco vem tendo nesse período.

Diante disso, por que tão poucos jogadores da base são aproveitados nos profissionais?

- Esse é o trabalho, a ideia e o desejo. Essa dificuldade de investimento do clube na base paga por tudo isso que falei anteriormente. Dentro disso, a diretoria já conseguiu um local de treinos para os profissionais e em breve vai inaugurar o CT de Itagauaí. Por isso eles sofrem. O trabalho que era para ser feito mais cedo sofre um atraso. Sempre que é possível, fazemos treinamentos contra a base. Assim, foi possível observar de maneira mais próxima alguns jogadores de talento. Fizemos trabalhos especiais e observamos nas competições.

E você, chegou a receber propostas durante esse período? Ficou balançado?

- Tive sondagens quando acabou a temporada. Apareceram alguns clubes que queriam conversar, mas nada de proposta concreta. Fora do Brasil, sim, houve uma proposta do mundo árabe. Mas a minha análise é que estou tendo uma grande oportunidade em um clube de expressão. É uma chance única e vou continuar aproveitando da melhor forma possível aqui no Brasil. Como sou iniciante, tenho que mostrar meu trabalho, e, por quanto mais tempo eu puder mostrá-lo, mais importante será para a minha carreira. Isso é mais importante do que trabalhar em outro lugar nesse momento. É significativo ser treinador do Vasco. Se eu cumprir bem essa tarefa, qualquer coisa depois disso vai ser boa, com certeza. Não tenho pressa e nem ansiedade. Tenho de trabalhar para fazer bem feito.

Como é ser chamado de burro e lidar com xingamentos da torcida?

- Nunca pensei nisso, não. Só sei que é horrível (risos). A torcida é exigente sempre, e num time desse porte, que passou por algum trauma e sofrimento recente, fica maior. A autoestima melhora com o tempo. Ninguém se acostuma com coisa ruim. Qualquer desequilíbrio causa essa sensação. Essa reclamação é do desejo de não querer voltar.

Quando era auxiliar, o que não imaginava que um treinador vivia?

- Você não imagina que tudo era daquele tamanho. A crítica, a manifestação de insatisfação... Não imaginava que fosse de forma tão exacerbada. As cobranças de torcedores na rua são sempre em tom ameno e de brincadeira. O futebol, por ser popular, faz com que todos se sintam íntimos de você. Eles não têm meias palavras. Uns ficam com receio de serem indelicados, mas querem mostrar as suas ideias. Acham que enxergam algo que você não vê. Ele imagina que você não está vendo tal jogador treinando. E eu levo na boa. São situações espirituosas e engraçadas.

Em casa você também sofre essas cobranças e as “cornetadas”?

- Meu filho é vascaíno doente, e ele sempre disse que um dia eu trabalharia no clube. Ele me corneta. Mas hoje coloco uma distância, porque já me irritou um pouco. Nem sempre jantamos no mesmo horário, mas quando fazemos as refeições, ele e minha mulher começam a fazer perguntas. Não são como as de vocês jornalistas, são mais de curiosidade. Digo a eles: “Acabei de dar entrevista e vocês querem me entrevistar de novo?” De sacanagem, meu filho já perguntou se Felipe e Juninho podem jogar juntos. Fiquei seis meses respondendo a isso, mas de vez em quando eu me vingo. Uma vez, vi na televisão uma senhora na rua responder a essa pergunta e ela explicou melhor do que eu. Aí eu vibrei (risos).

Indisciplina e comportamento inapropriado dos jogadores fora dos gramados são questões que o preocupam?

- Os mais jovens me preocupam mais, e converso sempre. Mas era outra atitude na minha época, as lideranças eram diferentes e isso ajudava a resolver os problemas. Mas já vivi como auxiliar a situação de alguém chegar sem condições de treinar. No Vasco, não. O jogador precisa de orientação e não de castigo. Por isso a preocupação. O experiente é difícil fazer mudar de ideia. Essa não deixa de ser uma relação de paizão. Aqueles que têm experiência podem contribuir. Digo que eram lideranças diferentes, porque hoje o futebol ficou muito profissional e há aquele negócio de querer cuidar de tudo. Os jogadores estão centralizando muitas coisas. Antigamente eram menos preocupações. A experiência de jogador me faz não ter preocupação em relação a que jogador vou encontrar. A passagem pelo Vasco foi boa para isso também. Como auxiliar e jogador, já convivi com todos os tipos de atletas.

Andrade, comandante do Flamengo campeão brasileiro de 2009, disse uma vez que há preconceito com treinadores negros. Concorda? O que fazer para mudar esse panorama?

- Acho estranho haver poucos técnicos negros. Tem de ter alguma razão para isso. Por ser negro, acompanhei o Andrade reclamando, e talvez ele tenha alguma razão. Pelo fato de haver poucos, a tolerância pode ser diferente. Tenho uma grande oportunidade no Vasco e o que posso fazer por isso? Dar certo. Não vejo necessidade de levantar uma bandeira. A maior ajuda que posso dar é realizar de forma positiva o meu trabalho. Porque é uma lacuna. São pouquíssimos, então ajudaria bastante. Mas o mundo vive outro momento. O presidente da maior nação do mundo é negro, isso é quebrar muitos obstáculos. Depois dessa realização ele não precisa fazer mais nada.

Este ano serviu como uma espécie de cartão de visitas do seu trabalho. Está satisfeito com ele?

- Muito satisfeito. Independentemente da maneira que foi, para chegar a um ano de Vasco, o cara tem de ter alguma coisa. Não tem como. Se não tiver algo, não dura um mês.

Onde espera estar daqui a um ano?

- Espero estar em um grande clube e com um título na bagagem. Passamos perto. Foi por muito pouco no ano passado, e imagino o porquê. Se não tivéssemos tantos problemas financeiros e uma capacidade de investimento maior, hoje estaríamos com esse título.

E esse grande clube poderia ser o Vasco?

- Gostaria muito que fosse o Vasco. Gostaria muito porque sei o motivo de ainda não termos conquistado outro título. Mas essa conquista vai acontecer e eu quero tocar nessa banda.

Chegou a conversar sobre uma possível renovação de contrato?

- Ainda não conversei porque futebol tem muitas coisas. Por exemplo, um turno do Brasileiro é uma eternidade. A gente vive o dia a dia com dificuldades e resolvendo problemas.

E pensa futuramente em trabalhar com o Ricardo Gomes no Vasco de alguma maneira?

- Vamos ter que dar um jeito de formar isso, porque essa força seria importante. O futebol precisa do Ricardo Gomes.

Fonte: GloboEsporte.com