A relação entre Carlos Alberto e o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, até pouco tempo, não era das melhores e culminou, inclusive, em afastamento para o jogador no ano passado. No entanto, o atrito parece ter ficado definitivamente para trás. Prova disto é que praticamente pelas mãos do mandatário o apoiador recebeu a honra de vestir a 10, camisa esta que, no passado, eternizou Roberto como ídolo do clube.
A ideia surgiu no dia do jogo contra o Coritiba (2 a 2), em São Januário, de modo informal.
– Numa conversa com o presidente surgiu esse assunto de maneira natural. Achamos legal eu usar a 10. É uma camisa com a qual a torcida se identifica, tem história. Espero ter sucesso com ela – disse o jogador.
O apoiador, no entanto, garante que não chega a ter fixação por números. Tinha simpatia pelo 19 após utilizá-lo na vitoriosa passagem pelo Porto (POR), pelo qual obteve o título da Liga dos Campeões e do Mundial Interclubes (2004). E foi com ele que atuou pelo Vasco nas temporadas de 2009, 2010 e 2011.
Porém, como no retorno ao Vasco, em 2012, o volante Nilton já o utilizava, adotou o 84, em referência ao ano em que nasceu.
– Não fico preso a números, mas o 19 por algumas coincidências acabou me acompanhando em momentos importantes da carreira. Quando voltei ao Vasco, ele já estava em uso e optei pelo 84 – comentou o meia.
Roberto Dinamite acredita que a camisa, que Diego Souza envergava até deixar o clube, está em boas mãos com seu novo dono.
– O Vasco estava sem um camisa 10 e achei muito legal que ela passou a ser do Carlos Alberto.
O apoiador fez a estreia do número na última rodada, contra o Flamengo.
Dinamite rechaça problema
Para mostrar que o episódio da discussão em 2011 faz parte do passado, o presidente Roberto Dinamite fez questão de enaltecer esta nova fase de Carlos Alberto no Vasco. O dirigente garantiu que o problema foi superado e elogiou o espírito coletivo que o jogador vem tendo na temporada.
– Hoje, o Carlos Alberto está muito bem integrado ao grupo. Isso é importante. Não tem mais problema algum. Ele está sendo útil, ajudando bastante. Ele tinha um histórico que não era muito bom, mas que superou isso, ficou no passado – declarou.
O presidente ainda ressaltou a importância de se ter um jogador com a mística camisa 10.
– É um número que ficou muito marcado por causa do Pelé, do Roberto (ele), do Zico, do Maradona... É importante ter um 10.
Na busca para assegurar sua vaga
Apesar de ter ganhado o prestígio de vestir a camisa 10 do Vasco, Carlos Alberto ainda não tem a sua vaga entre os titulares assegurada por Cristovão Borges.
Na última partida, contra o Flamengo, por exemplo, ele entrou no segundo tempo no lugar do meia Felipe.
Aliás, desde que foi reintegrado ao elenco, em março de 2012, o apoiador ficou mais tempo no banco de reservas do que entre os 11 do time cruz-maltino. De lá para cá, foram 24 partidas, sendo titular em apenas oito.
Gols também não vêm sendo uma especialidade de Carlos Alberto nesta nova passagem por São Januário. Até agora marcou somente um, o de honra do Vasco na derrota na final da Taça Rio por 3 a 1 para o Botafogo, no dia 29 de abril.
Os últimos camisas 10 do Vasco
Diego Souza - O apoiador, que se transferiu para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, vestiu a camisa 10 em 2011 e 2012.
Dodô - O atacante vestiu a camisa durante um período da temporada de 2010.
Zé Roberto - O apoiador foi o outro jogador que atuou com a 10 em 2010.
Jeferson - O apoiador disputou o Campeonato Brasileiro da Série B com a 10.
Edmundo - O ídolo vascaíno vestia a 10 quando o Vasco foi rebaixado, em 2008, para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Perdigão - O volante foi o dono da camisa 10 no ano de 2007.
Fonte: Lancenet